Gabapentina pode ajudar no tratamento da tosse crônica refratária, de acordo com artigo publicado no The Lancet
Estudo randomizado1, duplo-cego, controlado por placebo2 e realizado em um ambulatório na Austrália, relata que a tosse crônica refratária provoca sintomas3 substanciais e queda na qualidade de vida. Semelhanças entre a sensibilização do reflexo central na tosse crônica refratária e na dor neuropática4 sugerem que neuromoduladores como a gabapentina podem ser eficazes para o tratamento dessa condição.
Adultos com tosse crônica refratária (com duração de mais de 8 semanas), sem doença respiratória ativa ou infecção5, foram aleatoriamente designados para receber gabapentina (dose máxima diária tolerável de 1.800 mg) ou placebo2 durante 10 semanas. O desfecho primário foi a mudança na qualidade de vida, no que se refere estritamente às manifestações respiratórias ligadas à tosse, do início do estudo até oito semanas de tratamento.
Os pacientes foram aleatoriamente distribuídos para receber gabapentina (n = 32) ou placebo2 (n = 30) e 10 pacientes desistiram antes do fim da pesquisa. A gabapentina melhorou significativamente a qualidade de vida ligada à tosse em comparação com o placebo2. Os efeitos colaterais6 ocorreram em 10 pacientes (31%) com a gabapentina (os mais comuns foram náusea7 e fadiga8) e três pacientes (10%) recebendo placebo2. O presente estudo estabeleceu a eficácia da gabapentina em pacientes com tosse crônica refratária.
O tratamento da tosse crônica refratária com a gabapentina é eficaz e bem tolerado. Estes efeitos positivos sugerem que a sensibilização do reflexo central é um mecanismo relevante na tosse crônica refratária.
Fonte: The Lancet, publicação online, de 28 de agosto de 2012