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Zuranolona melhorou os principais sintomas da depressão pós-parto e foi geralmente bem tolerada

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A depressão pós-parto (DPP) é uma das complicações médicas mais comuns durante e após a gravidez1, afetando negativamente a mãe e o filho.

Neste estudo, publicado pelo JAMA Psychiatry, pesquisadores indagaram se o tratamento com zuranolona reduziria os sintomas2 depressivos em mulheres com depressão pós-parto.

Assim, o objetivo do estudo foi demonstrar a eficácia e segurança da zuranolona, ​​um modulador alostérico positivo do receptor de ácido γ-aminobutírico esteróide neuroativo, na DPP.

Este ensaio clínico de fase 3, duplo-cego, randomizado3, ambulatorial e controlado por placebo4, foi realizado entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018 em 27 centros nos Estados Unidos. As participantes eram mulheres com idade entre 18 e 45 anos, 6 meses ou menos pós-parto, com DPP (episódio depressivo maior começando no terceiro trimestre ou ≤4 semanas pós-parto), e pontuação de 26 ou mais na Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton de 17 Itens (HAMD-17) na linha de base.

Saiba mais sobre "Depressão pós-parto", "Depressão na gravidez1" e "Depressão em mulheres".

A análise tinha a intenção de tratar e começou em dezembro de 2018 e terminou em março de 2019.

As pacientes foram randomizadas 1:1 para placebo4:zuranolona, ​​30 mg, administrados por via oral todas as noites durante 2 semanas.

O desfecho primário foi a mudança desde a linha de base na pontuação de HAMD-17 para zuranolona vs placebo4 no dia 15.

Os desfechos secundários incluíram alterações desde a linha de base na pontuação total de HAMD-17 em outros pontos de tempo, taxas de resposta (redução de pontuação ≥50%) e remissão (pontuação ≤7) da HAMD-17, pontuação da Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg e pontuação da Escala de Avaliação de Ansiedade de Hamilton.

A segurança foi avaliada por eventos adversos e avaliações clínicas.

De 153 pacientes randomizadas, o conjunto de eficácia compreendeu 150 pacientes (idade média [DP], 28,3 [5,4] anos) e 148 (98,7%) completaram o tratamento. Um total de 76 pacientes foram randomizadas para receber placebo4 e 77 foram randomizadas para zuranolona, ​​30 mg.

A zuranolona demonstrou melhorias significativas na pontuação da HAMD-17 no dia 15 desde a linha de base vs placebo4 (-17,8 vs -13,6; diferença, -4,2; IC 95%, -6,9 a -1,5; P = 0,003).

Diferenças sustentadas nas pontuações da HAMD-17 que favorecem a zuranolona foram observadas a partir do dia 3 (diferença, -2,7; IC 95%, -5,1 a -0,3; P = 0,03) até o dia 45 (diferença, -4,1; IC 95%, -6,7 a -1,4; P = 0,003).

Diferenças sustentadas no dia 15 favorecendo a zuranolona foram observadas na resposta da HAMD-17 (odds ratio, 2,63; IC 95%, 1,34-5,16; P = 0,005), na pontuação de remissão da HAMD-17 (odds ratio, 2,53; IC 95%, 1,24 -5,17; P = 0,01), na alteração desde a linha de base para pontuação da Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg (diferença, -4,6; IC 95%, -8,3 a -0,8; P = 0,02) e na pontuação da Escala de Avaliação de Ansiedade de Hamilton (diferença, -3,9; IC 95%, -6,7 a -1,1; P = 0,006).

Uma paciente por grupo apresentou um evento adverso sério (estado confusional no grupo da zuranolona e pancreatite5 no grupo do placebo4). Uma paciente no grupo da zuranolona interrompeu o tratamento devido a um evento adverso versus nenhuma para o placebo4.

Neste ensaio clínico randomizado3, a zuranolona melhorou os principais sintomas2 da depressão, medidos pelas pontuações da HAMD-17, em mulheres com depressão pós-parto, e foi geralmente bem tolerada, apoiando o maior desenvolvimento da zuranolona no tratamento da depressão pós-parto.

Leia também sobre "Depressão maior", "O que saber sobre antidepressivos" e "Psicose6 pós-parto".

 

Fonte: JAMA Psychiatry, publicação em 30 de junho de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Zuranolona melhorou os principais sintomas da depressão pós-parto e foi geralmente bem tolerada. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/1398595/zuranolona-melhorou-os-principais-sintomas-da-depressao-pos-parto-e-foi-geralmente-bem-tolerada.htm>. Acesso em: 20 abr. 2024.

Complementos

1 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
2 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
3 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
4 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
5 Pancreatite: Inflamação do pâncreas. A pancreatite aguda pode ser produzida por cálculos biliares, alcoolismo, drogas, etc. Pode ser uma doença grave e fatal. Os primeiros sintomas consistem em dor abdominal, vômitos e distensão abdominal.
6 Psicose: Grupo de doenças psiquiátricas caracterizadas pela incapacidade de avaliar corretamente a realidade. A pessoa psicótica reestrutura sua concepção de realidade em torno de uma idéia delirante, sem ter consciência de sua doença.
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