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Pesquisadores brasileiros testam, com sucesso, nova vacina injetável contra o câncer de próstata

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Estudo realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) por cinco pesquisadores do setor de Urologia do Hospital de Clínicas está testando, com sucesso, uma nova vacina1 injetável contra o câncer2 de próstata3. Os resultados serão publicados em março no The Journal of Pharmacy and Pharmacology

Segundo o pesquisador Fernando Thomé Kreutz, um dos coordenadores do estudo, a vacina1 vem sendo testada desde 2001 e os resultados obtidos até o momento são excelentes. Em 11 doentes com câncer2 de próstata3 em estado avançado, a eficácia chegou a 36%. Além disso, verificou-se a segurança da vacina1 com ausência de efeito adverso ou toxicidade4 e boa resposta clínica, o que costuma ser difícil nesse tipo de experimento. O único problema que ocorreu em alguns pacientes foi dor no local da aplicação, efeito comum mesmo em vacinas que fazem parte do calendário básico de vacinação de uma criança.

A vacina1 traz um método de modificação de células5 tumorais inédito no mundo. Através de intervenção cirúrgica, uma parte de tecido6 cancerígeno do corpo do paciente é retirada. Depois disso, o material é enviado para laboratório e colocado em um meio de cultura contendo citoquina7 e outros nutrientes que o levam a crescer e a ganhar nova aparência. É como se o tecido6 fosse "pintado" e assim se tornasse "visível" ao sistema imunológico8. As quantidades empregadas de citoquinas9 e os meios utilizados para a "pintura" ainda não são divulgados por Kreutz, que aguarda o resultado de um pedido de patente encaminhado em 2001. Passados 45 dias entre cultura e "pintura", as células5 recebem doses de radiação e morrem. Sua estrutura, porém, se mantém. Só então, o tecido6 modificado é inoculado no corpo do paciente. O médico acredita que, à medida em que o sistema imunológico8 aprender a "enxergar" o que há de errado com as células5 "pintadas", também aprenderá a identificar a tempo outras células5 do tumor10.

Os pacientes só podem fazer uso da vacina1 se houver acompanhamento por uma equipe especializada. O tratamento ainda está em fase experimental. Existem nove pesquisas semelhantes no mundo. Os Estados Unidos conseguiram índice de eficiência de 44%, considerado o mais alto do mundo. Depois vem o índice alcançado pelos pesquisadores brasileiros, que é de 36%. No entanto, o método de modificação de células5 tumorais descoberto pelos pesquisadores gaúchos é inédito no mundo.

A incidência11 do câncer2 de próstata3 aumenta com a idade, atingindo quase 50% dos indivíduos com 80 anos. Este tumor10, provavelmente, não poupará nenhum homem que viver até 100 anos. A autópsia12 de homens com idade entre 60 e 70 anos que faleceram sem doença prostática aparente, mostra focos cancerosos em 24% das próstatas examinadas. Entretanto, apenas 11% dos indivíduos desta faixa etária apresentam, em vida, problemas com o câncer2 da próstata3. Ou seja, 13% dos tumores neste grupo não se manifestam clinicamente e os seus portadores morrem por outros motivos.

Todos os homens podem fazer a prevenção com visitas anuais ao urologista13 a partir dos 50 anos e, em casos de história familiar, esta idade passa para 45 anos. O câncer2 de próstata3, quando diagnosticado precocemente, é curável. O rastreamento passa por dois tipos de exames: o PSA (Antígeno14 Prostático Específico), uma proteína produzida exclusivamente pela próstata3, que se eleva nos casos de câncer2, e o exame de toque retal. É fundamental que se faça, simultaneamente, os dois exames para a obtenção de resultados precisos.

Uma alimentação com baixo teor de gordura15 animal e abundante ingestão de tomate e seus derivados parece diminuir em 35% os riscos de câncer2 da próstata3, segundo estudo realizado na Universidade de Harvard. Este efeito benéfico do tomate resultaria da presença de grandes quantidades de licopeno, um betacaroteno natural precursor da vitamina16 A. Pode ser usada uma complementação dietética com vitamina16 E (800 mg ao dia) e com selênio (200 µg ao dia) de acordo com dados do Memorial Sloan Kettering Cancer2 Center, de Nova York. Quanto mais cedo se detectar o problema, melhores serão as condições de tratamento e as possibilidades de cura. Os principais sintomas17 são sangue18 na urina19, dificuldade ou dor para urinar.

Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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