Incidência de carcinoma hepatocelular em pacientes com cirrose associada ao vírus da hepatite C tratada com agentes antivirais de ação direta
Estudos produziram resultados conflitantes a respeito da incidência1 de carcinoma2 hepatocelular (CHC) em pacientes com cirrose3 associada ao vírus4 da hepatite5 C (HCV) tratados com antivirais de ação direta (DAAs). Dados de clínicas são necessários para avaliar com precisão a taxa de ocorrência de CHC em pacientes com cirrose3 no mundo real.
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Foram coletados dados de um grande estudo prospectivo8 de 2.249 pacientes (idade média 65,4 anos e 56,9% homens) com cirrose3 associada ao HCV (90,5% Child-Pugh classe A, 9,5% Child-Pugh classe B) tratados com DAAs, de março de 2015 até julho de 2016, em 22 centros hepáticos acadêmicos e comunitários na Sicília, Itália. A ocorrência de CHC foi avaliada pelas curvas de sobrevivência9 de Kaplan-Meier. Regressão de Cox foi utilizada para identificar variáveis associadas com o desenvolvimento de CHC.
A resposta virológica sustentada (RVS) foi alcançada em 2.140 pacientes [95,2% no total; 95,9% dos pacientes Child-Pugh classe A e 88,3% dos pacientes Child-Pugh classe B (p < 0,001)]. Setenta e oito pacientes (3,5%) desenvolveram CHC durante um acompanhamento médio de 14 meses (variação de 6 a 24 meses). Em 1 ano após a exposição ao DAA, o CHC se desenvolveu em 2,1% dos pacientes Child-Pugh classe A com RVS e 6,6% dos pacientes sem RVS; CHC se desenvolveu em 7,8% dos pacientes Child-Pugh classe B com RVS e 12,4% dos pacientes sem RVS (p < 0,001 pelo teste de Log-rank).
Nível de albumina10 abaixo de 3,5 g / dL (hazard ratio 1,77 [IC 95%, 1,12–2,82; P = 0,015]), contagem de plaquetas11 abaixo de 120x109 / L (hazard ratio 3,89 [IC 95%, 2,11–7,15; P < 0,001]), e ausência de RVS (hazard ratio 3,40 [IC 95%, 1,89-6,12; P < 0,001]) foram independentemente associados ao aumento do risco de CHC.
O intervalo médio de tempo entre a exposição ao DAA e o diagnóstico12 de CHC foi de 9,8 meses (variação de 2 a 22 meses) e não diferiu significativamente entre os pacientes com (n=64, 9,2 meses) e sem RVS (n=14, 12,0 meses) (P = 0,11). Uma proporção maior de pacientes com RVS teve uma única lesão13 de CHC (78% vs 50% sem RVS; P = 0,009) ou lesão13 de CHC menor que 3 cm (58% vs 28% sem RVS; P = 0,07).
Em uma análise de dados de um grande estudo prospectivo8 de pacientes com cirrose3 compensada ou descompensada associada ao HCV, descobriu-se que a RVS para o tratamento com DAA reduz a incidência1 de CHC durante um acompanhamento médio de 14 meses.
Fonte: Gastroenterology, publicação online em 12 de abril de 2018