Stroke: variabilidade da pressão arterial é fator de risco para doenças cardiovasculares em pacientes com AVC prévio
Todos os anos nos Estados Unidos, quase 185.000 acidentes vasculares1 cerebrais isquêmicos ocorrem em pacientes com um acidente vascular cerebral2 (AVC) prévio. O AVC recorrente apresenta morbimortalidade significativamente maior. Dentre os fatores de risco modificáveis para AVC recorrente, a hipertensão arterial3 é o mais prevalente.
Reduzir a pressão arterial sistólica4 é um tratamento padrão para a prevenção secundária do AVC. A literatura recente sugere que o aumento da variabilidade da pressão arterial5 (VBP) está associado ao AVC primário, embora estudos não tenham mostrado convincentemente que está associado ao AVC recorrente.
Saiba mais sobre "Acidente vascular cerebral2 ou derrame6" e "Hipertensão arterial3".
Com o objetivo de avaliar se o aumento da variabilidade da pressão arterial5 (VBP) está associado ao AVC recorrente, foi realizada uma análise secundária de 17.916 pacientes no estudo PRoFESS (Prevention Regimen for Effectively Avoiding Second Strokes), que é o maior estudo de pacientes com acidente vascular cerebral2 recorrente potencial. Foi calculada a VBP e avaliado seu efeito no AVC recorrente (composto e estratificado por AVC isquêmico7 ou hemorrágico8), eventos cardiovasculares maiores (morte por causas cardiovasculares, AVC recorrente, infarto do miocárdio9 ou insuficiência cardíaca10 nova ou agravada) e morte por todas as causas.
A VBP sistólica e diastólica foi associada a acidente vascular cerebral2 recorrente, eventos cardiovasculares maiores e morte por todas as causas. A associação com acidente vascular cerebral2 foi significativa para acidente vascular cerebral2 isquêmico7, mas não hemorrágico8. Para cada aumento de 10 pontos na VBP (DP sistólico, variação = 0–54,2), a taxa de risco para um acidente vascular cerebral2 isquêmico7 recorrente foi de 1,15 (IC 95%, 1,02–1,32; P = 0,02); para eventos cardiovasculares maiores foi 1,19 ( IC 95%, 1,09-1,31; P <0,001) e para todas as causas de morte foi 1,24 (IC 95%, 1,10-1,39; P <0,001).
Com estes resultados, concluiu-se que este estudo contribui para o crescente corpo de informações na literatura que sugere que a VBP é um fator de risco11 importante e potencialmente modificável para AVC isquêmico7, eventos cardiovasculares e morte por todas as causas. Especificamente, este é o primeiro estudo a demonstrar que o aumento da VBP está associado ao AVC isquêmico7 recorrente e que a VBP diastólica pode ser tão importante quanto a VBP sistólica.
Trabalhos futuros devem se concentrar em avaliar se a redução ativa da VBP, usando medicamentos anti-hipertensivos amplamente disponíveis e baratos, reduz o risco de doença cardiovascular.
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Fonte: Stroke, em 20 de setembro de 2019.