AVC em mulheres: American Heart Association publica nova diretriz sobre fatores de risco exclusivos das mulheres e sobre prevenção cardiovascular para o sexo feminino
Esta diretriz se concentra nos fatores de risco para acidente vascular cerebral1 (AVC) exclusivos para as mulheres, tais como fatores reprodutivos, e naqueles que são mais comuns em mulheres, incluindo a enxaqueca2 com aura, a obesidade3, a síndrome metabólica4 e a fibrilação atrial.
Os membros do grupo que escreveram a diretriz foram nomeados com base em seus trabalhos anteriores em tópicos relevantes nesta área e foram aprovados pela American Heart Association (AHA) Stroke Council’s Scientific Statement Oversight Committee e pelo AHA’s Manuscript Oversight Committee. O painel revisou artigos relevantes da literatura médica até 15 de maio de 2013. O documento passou por extensa revisão interna na AHA, no Stroke Council Leadership e Scientific Statements Oversight Committee antes da apreciação e aprovação pela AHA Science Advisory e pelo Coordinating Committee.
Evidências atuais foram fornecidas, assim como foram preenchidas lacunas de pesquisa e recomendações sobre o risco de acidente vascular cerebral1 relacionado à pré-eclâmpsia5, uso de anticoncepcionais orais, menopausa6 e reposição hormonal, bem como para os fatores de risco mais comuns em mulheres, tais como a obesidade3/síndrome metabólica4, a fibrilação atrial e a enxaqueca2 com aura.
Alguns pontos de destaque são:
- Pré-eclâmpsia5: a hipertensão arterial7 é um fator de risco8 modificável para o acidente vascular cerebral1. A pré-eclâmpsia5 é a hipertensão arterial7 específica da gravidez9. Segundo as recomendações desta diretriz, mulheres com histórico de hipertensão arterial7 devem ser consideradas por seus médicos para o uso de baixas doses de aspirina e suplementação10 de cálcio para evitar a pré-eclâmpsia5. A hipertensão arterial7 aumenta o risco de AVC durante a gravidez9 e após o parto este maior risco acompanha a mulher ao longo de vários anos de vida.
- Uso de contraceptivos orais: os fatores de risco cardiovasculares podem ser desencadeados pelo uso de pílulas anticoncepcionais orais. Para evitar tais riscos, antes de iniciar o uso deste tipo de medicação, as mulheres devem ser avaliadas e orientadas por seus médicos sobre fatores de risco tais como tabagismo, pressão alta e história familiar de acidentes vasculares11 cerebrais.
- Enxaqueca2 com aura: mulheres que sofrem com crises intensas de dor de cabeça12 que vem precedida de um sintoma13 visual (aura) têm um risco aumentado para AVCs e devem ser acompanhadas por seus médicos, além de abandonarem o cigarro, caso tenham este hábito.
- Depressão: a depressão é mais comum em mulheres do que em homens. Ela é também um fator de risco8 para doenças cardiovasculares14. É importante avaliar as medidas preventivas que podem ser realizadas neste grupo de pacientes.
Concluiu-se que para refletir com mais precisão sobre o risco de derrame15 em mulheres durante toda a vida, bem como sobre as lacunas existentes nos escores de risco atuais, um escore de risco de acidente vascular cerebral1 específico para o sexo feminino é justificado.