Pressão Arterial: amamentação na infância influencia tanto quanto exercícios físicos e dietas na vida adulta
Debbie Lawlor (University of Bristol, UK) e colaboradores examinaram a relação entre lactentes1 amamentados ao seio2 e componentes da síndrome metabólica3 em 2192 crianças com idade entre 9 e 15 anos da Estônia e Dinamarca.
A síndrome4 consiste em um grupo de fatores cardiovasculares, incluindo hipertensão arterial5, aumento de triglicérides6, baixos níveis de HDL7 (lipoproteína de baixa densidade), resistência insulínica e obesidade8. A amamentação9 foi classificada por tempo com os seguintes parâmetros: menos de um mês, entre um e três meses, entre quatro e seis meses e acima de seis meses. Crianças que foram amamentadas exclusivamente ao seio2 por qualquer período de tempo tiveram média de PA sistólica 1.7mmHg menor do que as que não foram. A despeito de diferenças sociais, culturais e dietéticas, o efeito foi similar na Estônia e na Dinamarca, com a média de PA sistólica diminuindo de acordo com o maior tempo de amamentação exclusiva10 nos dois países.
Lawlor e colaboradores não observaram outras associações entre aleitamento materno11 exclusivo e outros componentes da síndrome metabólica3. "A magnitude do efeito que encontramos entre amamentação9 e PA na infância é semelhante ao efeito da restrição de sal na dieta (-1.3 mmHg) e da atividade física (-0.7 mmHg) em uma pesquisa sobre PA relatada em uma revisão sistemática de intervenções não-farmacológicas em adultos. Se a relação que achamos é de causa, a amamentação9 pode ter um importante benefício no que diz respeito à redução da PA e, por conseguinte, ser capaz de reduzir o risco de futuras doenças cardiovasculares12".