Aumento do IMC e da VHS na adolescência podem ter relação com o risco de câncer colorretal na fase adulta, publicado pelo periódico Gut
Obesidade1 e inflamação2 em adultos têm sido associadas ao risco de câncer3 colorretal (CCR). No entanto, pouco se sabe sobre como o índice de massa corporal4 (IMC5) do adolescente e a inflamação2 nesta faixa etária, medida pela taxa de sedimentação de eritrócitos6 (ESR) ou velocidade de hemossedimentação7 (VHS8), podem estar relacionados ao risco de CCR. Cientistas norte-americanos e suecos avaliaram essas associações em uma coorte9 de 239.658 homens suecos que realizaram exames de alistamento militar obrigatório no final da adolescência (idades entre 16 e 20 anos).
No momento do recrutamento (1969-1976), a altura e o peso foram medidos e a VHS8 foi dosada. Por ligação ao registro nacional de câncer3, esses recrutas foram seguidos para o risco de câncer3 colorretal (CCR) até 1° de janeiro de 2010. Aqueles com uma história de doença inflamatória do intestino foram excluídos. Durante uma média de 35 anos de acompanhamento, 885 casos de CCR ocorreram, incluindo 501 tumores do cólon10 e 384 tipos de câncer3 retal. A regressão de Cox foi utilizada nas análises estatísticas.
Comparados com adolescentes de peso normal (IMC5 de 18,5 a <25 kg/m²), no final da adolescência, aqueles com sobrepeso11 (IMC5 de 27,5 a <30 kg/m²) apresentaram um risco 2,08 vezes maior de CCR (IC 95% 1,40-3,07) e aqueles com obesidade1 (IMC5 ≥ 30 kg/m²) apresentaram um risco 2,38 vezes maior de CCR (IC 95% 1,51-3,76) (P-tendência<0,001). Adolescentes do sexo masculino com VHS8 maior que 15 mm/hora tiveram um risco 63% maior de CCR do que aqueles com VHS8 menor que 10 mm/hora (P-tendência: 0,006). As associações não diferiram significativamente pelo local anatômico do tumor12.
Concluiu-se que o IMC5 e a inflamação2 medida pelo VHS8, no final da adolescência, podem estar associados de forma independente com o risco futuro de câncer3 colorretal. Mais pesquisas são necessárias para entender melhor como algumas exposições no início da vida podem se relacionar com riscos de câncer3 colorretal no futuro.