Hipertiroidismo subclínico pode aumentar risco de fraturas ósseas: meta-análise publicada pelo JAMA
As associações entre as disfunções tireoidianas subclínicas e o risco de fraturas não são claras, faltam ensaios clínicos1 randomizados para definir esta questão. Um trabalho divulgado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA) avaliou a associação da disfunção tireoidiana subclínica com fraturas de quadril, coluna, fora da coluna ou quaisquer outras fraturas.
Foram selecionados estudos das bases de dados MEDLINE e EMBASE (desde o início a 26 de março de 2015), sem restrições de linguagem para os estudos prospectivos de coorte2 com informações sobre a função da tireoide3 e fraturas subsequentes.
A extração de dados individuais foi obtida a partir de 13 coortes prospectivas nos Estados Unidos, Europa, Austrália e Japão. Os níveis de função tireoidiana foram definidos como:
- Eutireoidismo: hormônio4 estimulante da tireoide3 [TSH] entre 0,45-4,49 mUI/L.
- Hipertireoidismo5 subclínico: TSH<0,45 mUI/L.
- Hipotireoidismo6 subclínico: TSH≥4,50-19,99 mIU/L).
Com concentrações normais de tiroxina.
O desfecho primário foi a fratura7 de quadril. Quaisquer fraturas, fraturas fora da coluna ou fraturas vertebrais clínicas foram os desfechos secundários.
Entre 70.298 participantes, 4.092 (5,8%) tinham hipotireoidismo6 subclínico e 2.219 (3,2%) tinham hipertireoidismo5 subclínico. A partir dos resultados observados, concluiu-se que o hipertiroidismo subclínico foi associado a um risco aumentado de fraturas de quadril e outras fraturas, particularmente entre aqueles com níveis de TSH menores que 0,10 mUI/L e aqueles com hipertireoidismo5 subclínico endógeno. Não foi encontrada associação entre o hipotireoidismo6 subclínico e o risco de fratura7.
Mais estudos são necessários para determinar se o tratamento do hipertireoidismo5 subclínico pode prevenir fraturas.
Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 313, número 20, de 26 de maio de 2015