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The Lancet publica novas tabelas de crescimento para fetos e recém-nascidos, o INTERGROWTH-21st Project

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Em 2006, a OMS publicou normas internacionais de crescimento infantil1 para permitir a avaliação do crescimento desde o nascimento até os cinco anos de idade, com o uso dos mesmos métodos conceituais através de populações em todo o mundo (WHO-initiated Multicentre Growth Reference Study). Essas normas agora são aceitas em todo o mundo.

O Newborn Cross-Sectional Study of the INTERGROWTH-21st Project ou INTERGROWTH-21st Project, publicado recentemente pelo periódico The Lancet, teve o objetivo de complementar essas normas da OMS através do desenvolvimento de padrões internacionais de peso, comprimento e perímetro cefálico para os fetos e recém-nascidos de acordo com a idade gestacional no momento do nascimento e por sexo.

O INTERGROWTH-21st é um projeto de base populacional que avaliou o crescimento fetal e o tamanho do recém-nascido em oito populações urbanas geograficamente definidas (Brasil, China, Índia, Itália, Quênia, Omã, Reino Unido e Estados Unidos). Esses grupos foram escolhidos porque a maioria das necessidades de saúde2 e nutrição3 das mães foi atendida, o atendimento pré-natal adequado foi fornecido e não houve grandes restrições ambientais sobre o crescimento. Como parte do Newborn Cross-Sectional Study (NCSS), um componente do INTERGROWTH-21st Project, foram medidos peso corporal, comprimento e perímetro cefálico de todos os recém-nascidos, além da coleta prospectiva de dados sobre a gravidez4 e o período perinatal. Rigorosos critérios individuais de elegibilidade foram usados. A estimativa confiável da idade gestacional foi realizada por ultrassonografia5 obtendo-se o comprimento cabeça6-nádega (CCN) se a ultrassonografia5 era realizada antes de 14 semanas de gestação ou pelo diâmetro biparietal (DBP), se o exame tivesse sido realizado entre 14 e 24 semanas de gestação. Medidas antropométricas do recém-nascido foram obtidas dentro de até doze horas após o nascimento, por equipes treinadas em antropometria, utilizando o mesmo equipamento em todos os locais.

Foram identificadas 20.486 (35%) mulheres elegíveis de 59.137 gestantes inscritas no NCSS entre 14 de maio de 2009 e 2 de agosto de 2013. Foram calculados percentis específicos por gênero observados e aproximados para peso, comprimento e perímetro cefálico para a idade gestacional no momento do nascimento. Os percentis observados e aproximados eram quase idênticos. As curvas dos percentis 3, 10, 50, 90 e 97 de acordo com a idade gestacional e o sexo foram apresentadas.

Os pesquisadores desenvolveram, para a prática clínica de rotina, os padrões antropométricos internacionais para avaliar o tamanho do recém-nascido, que se destinam a complementar os Padrões de Crescimento Infantil1 da OMS (WHO Child Growth Standards) e a permitir comparações entre populações multiétnicas.

O estudo foi financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates.

Fonte: The Lancet, volume 384, número 9946, de 6 de setembro de 2014

NEWS.MED.BR, 2014. The Lancet publica novas tabelas de crescimento para fetos e recém-nascidos, o INTERGROWTH-21st Project. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/568807/the-lancet-publica-novas-tabelas-de-crescimento-para-fetos-e-recem-nascidos-o-intergrowth-21st-project.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.

Complementos

1 Crescimento Infantil: Aumento na estrutura do corpo, tendo em vista a multiplicação e o aumento do tamanho das células. Controla-se principalmente o peso corporal, a estatura e o perímetro cefálico, com o objetivo de saber o quanto a criança ganhou ou perdeu em determinados intervalos de tempo e tendo por base um acompanhamento a longo prazo, através de anotações em gráficos ou curvas de crescimento. O pediatra precisa conhecer e analisar vários fatores referentes à criança e a sua família, como o peso e a altura dos pais, o padrão de crescimento deles, os dados da gestação, o peso e a estatura ao nascimento e a alimentação do bebê para avaliar a situação do crescimento de determinada criança. Não é simplesmente consultar gráficos. Somente o médico da criança pode avaliar seu crescimento. Uma criança pode estar fora da “faixa mais comum de referência“ e, ainda assim, ter um crescimento normal.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
4 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
5 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
6 Cabeça:
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