Sepse aumenta risco pós-operatório de trombose arterial e venosa: grande estudo prospectivo de coorte publicado pelo BMJ
Foi realizado um estudo prospectivo1 de coorte2 usando o banco de dados do National Surgical Quality Improvement Program do American College of Surgeons (ACS-NSQIP) incluindo procedimentos hospitalares e ambulatoriais em 374 hospitais de todos os tipos nos Estados Unidos, entre 2005 a 2012. Participaram do estudo 2.305.380 adultos que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos.
As principais medidas de interesse foram a ocorrência de trombose3 arterial (infarto do miocárdio4 ou acidente vascular cerebral5) e trombose3 venosa (trombose venosa profunda6 ou embolia7 pulmonar) nos 30 dias após a cirurgia.
Entre todos os procedimentos cirúrgicos, os pacientes com síndrome8 da resposta inflamatória sistêmica pré-operatória ou qualquer tipo de sepse9 tiveram três vezes mais chances de ter uma trombose3 arterial ou venosa pós-operatória (razão de possibilidades ou odds ratio 3,1; intervalo de confiança de 95% 3,0-3,1). As razões de possibilidades ajustadas foram de 2,7 (2,5 a 2,8) para a trombose3 arterial e 3,3 (3,2-3,4) para a trombose3 venosa. As razões de possibilidades ajustadas para a trombose3 foi de 2,5 (2,4 a 2,6) em pacientes com síndrome8 da resposta inflamatória sistêmica; 3,3 (3,1 a 3,4) em pacientes com sepse9 e 5,7 (5,4-6,1) em pacientes com sepse9 grave, em comparação com os pacientes sem qualquer inflamação10 sistêmica. Em pacientes com sepse9 pré-operatória, ambos os procedimentos cirúrgicos eletivos11 e de emergência12 tiveram um aumento de duas vezes na probabilidade de trombose3.
As conclusões mostram que a sepse9 pré-operatória representa um importante fator de risco13 independente para tromboses14 arteriais e venosas. O risco de trombose3 aumenta com a gravidade da resposta inflamatória e é mais elevado em procedimentos cirúrgicos eletivos11 e de emergência12. A suspeita de trombose3 deve ser alta em pacientes com sepse9 submetidos à cirurgia.