Força-tarefa dos Estados Unidos recomenda mamografias a partir dos 50 anos. Esta recomendação não é direcionada a mulheres que pertençam a grupos de risco
As novas recomendações, anunciadas nesta segunda-feira (16/11) pela Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos, aconselham a realização periódica de mamografias nas mulheres a partir dos 50 anos, e não a partir dos 40. O relatório também diz que as mulheres entre 50 e 74 anos devem fazer mamografias a cada dois anos, em vez de anualmente, e que os médicos devem parar de recomendar o autoexame da mama1 às suas pacientes.
No Brasil, o Consenso de Mama1, publicado em 2004, recomenda o exame clínico anual das mamas2 (por um médico) e a realização de mamografia3 em mulheres entre 50 e 69, com intervalo de até dois anos. Para mulheres com risco elevado, a idade recomendada para iniciar as mamografias é aos 35 anos. O rastreamento populacional, uma estratégia de monitoramento de mulheres saudáveis, tem como objetivo reduzir a taxa de mortalidade4.
Apenas os Estados Unidos (1995) e a Islândia (1987) recomendavam o exame a partir dos 40 anos como parte do programa de rastreamento. Canadá, Reino Unido, Noruega, Austrália, Nova Zelândia e Israel, entre outros, recomendam a mamografia3 a partir de 50 anos.
As novas orientações têm por objetivo reduzir os riscos potenciais do excesso de rastreamento como o desencadeamento de biópsias5 e tratamentos desnecessários. O relatório diz que o modesto benefício das mamografias – redução de 15% do número de mortes por câncer6 de mama1 — precisa ser pesado em relação aos prejuízos.
As recomendações não são direcionadas a mulheres que pertençam a grupos de risco (ter uma ou mais parentes com câncer6 de mama1, exposição repetida à radiação, ser portadora de mutação genética7 específica, entre outros fatores).
O Instituto Nacional de Câncer6 dos Estados Unidos informou que está reavaliando suas orientações face8 ao relatório da Força-Tarefa.
Fonte consultada: Instituto Nacional de Câncer6
Veja, na íntegra, o Consenso Brasileiro do Ministério da Saúde9 e do Instituto Nacional de Câncer6 de 2004: