Gerações mais jovens nos EUA têm maior risco de desenvolver 17 tipos de câncer em comparação com as gerações mais velhas
Um novo grande estudo liderado por pesquisadores da American Cancer1 Society (ACS) sugere que as taxas de incidência2 continuaram a aumentar em gerações sucessivamente mais jovens em 17 dos 34 tipos de câncer1, incluindo câncer1 de mama3, pâncreas4 e gástrico. As tendências de mortalidade5 também aumentaram em conjunto com a incidência2 de câncer1 de fígado6 (somente mulheres), corpo uterino (endométrio7), vesícula biliar8, testicular e colorretal. O relatório foi publicado no periódico The Lancet Public Health.
“Essas descobertas se somam à crescente evidência de aumento do risco de câncer1 em gerações pós-Baby Boomer, expandindo descobertas anteriores de câncer1 colorretal de início precoce e alguns cânceres associados à obesidade9 para abranger uma gama mais ampla de tipos de câncer”, disse a Dra. Hyuna Sung, autora principal do estudo e cientista sênior10 principal de ciência da vigilância e da equidade em saúde11 na American Cancer1 Society. “Coortes de nascimento, que são grupos de pessoas classificadas por seu ano de nascimento, compartilham ambientes sociais, econômicos, políticos e climáticos únicos, que afetam sua exposição a fatores de risco de câncer1 durante seus anos cruciais de desenvolvimento. Embora tenhamos identificado tendências de câncer1 associadas a anos de nascimento, ainda não temos uma explicação clara do por que essas taxas estão aumentando.”
Os pesquisadores descobriram que as taxas de incidência2 aumentaram com cada coorte12 de nascimento sucessiva nascida desde aproximadamente 1920 para 8 dos 34 cânceres. Além disso, as taxas de incidência2 aumentaram em coortes mais jovens, após um declínio em coortes de nascimento mais velhas, para 9 dos cânceres restantes. Também as taxas de mortalidade5 aumentaram em coortes de nascimento sucessivamente mais jovens para alguns tipos de câncer1.
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“O aumento nas taxas de câncer1 entre esse grupo mais jovem de pessoas indica mudanças geracionais no risco de câncer1 e frequentemente serve como um indicador precoce da carga futura de câncer1 no país. Sem intervenções efetivas em nível populacional, e como o risco elevado nas gerações mais jovens é transportado conforme os indivíduos envelhecem, um aumento geral na carga de câncer1 pode ocorrer no futuro, interrompendo ou revertendo décadas de progresso contra a doença”, acrescentou o Dr. Ahmedin Jemal, vice-presidente sênior10 de ciência da vigilância e da equidade em saúde11 da American Cancer1 Society e autor sênior10 do estudo. “Os dados destacam a necessidade crítica de identificar e abordar os fatores de risco subjacentes nas populações da Geração X e Millennial para informar estratégias de prevenção.”
“A crescente carga de câncer1 entre as gerações mais jovens ressalta a importância de garantir que pessoas de todas as idades tenham acesso a um seguro de saúde11 abrangente e acessível, um fator-chave nos resultados do câncer”, disse Lisa Lacasse, presidente da American Cancer1 Society Cancer1 Action Network (ACS CAN).
Confira a seguir o resumo do relatório publicado.
Diferenças nas taxas de câncer1 entre adultos nascidos entre 1920 e 1990 nos EUA: uma análise de dados de registro de câncer1 de base populacional
As tendências na incidência2 de câncer1 em coortes de nascimento recentes refletem amplamente as mudanças nas exposições durante o início da vida e prenunciam a carga futura da doença. Neste estudo, examinou-se as tendências de incidência2 e mortalidade5 por câncer1, por coorte12 de nascimento, para 34 tipos de câncer1 nos EUA.
Nesta análise, foram obtidos dados de incidência2 para 34 tipos de câncer1 e dados de mortalidade5 para 25 tipos de câncer1, para indivíduos com idade entre 25 e 84 anos para o período de 1º de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2019, da North American Association of Central Cancer1 Registries e do US National Center for Health Statistics, respectivamente. Calculou-se as razões de taxa de incidência2 (IRRs) e as razões de taxa de mortalidade5 (MRRs) específicas da coorte12 de nascimento, ajustadas para efeitos de idade e período, por coorte12 de nascimento nominal, separadas por intervalos de 5 anos, de 1920 a 1990.
Foram extraídos dados de 23.654.000 pacientes diagnosticados com 34 tipos de câncer1 e 7.348.137 mortes por 25 cânceres no período de 1º de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2019. Descobriu-se que as IRRs aumentaram com cada coorte12 de nascimento sucessiva nascida desde aproximadamente 1920 para 8 de 34 cânceres (p [coorte12] <0,050). Notavelmente, a taxa de incidência2 foi aproximadamente duas a três vezes maior na coorte12 de nascimentos de 1990 do que na coorte12 de nascimentos de 1955 para câncer1 de intestino delgado13 (IRR 3,56 [IC 95% 2,96-4,27]), de rim14 e de pelve renal15 (2,92 [2,50-3,42]) e de pâncreas4 (2,61 [2,22-3,07]) em indivíduos do sexo masculino e feminino; e para câncer1 de fígado6 e do ducto biliar intra-hepático em indivíduos do sexo feminino (2,05 [1,23-3,44]).
Além disso, as IRRs aumentaram em coortes mais jovens, após um declínio em coortes de nascimento mais velhas, para 9 dos cânceres restantes (p [coorte12] <0,050): câncer1 de mama3 positivo para receptor de estrogênio, câncer1 de corpo uterino, câncer1 colorretal, câncer1 gástrico não cárdia, câncer1 de vesícula biliar8 e outros cânceres biliares, câncer1 de ovário16, câncer1 testicular, câncer1 anal em indivíduos do sexo masculino e sarcoma de Kaposi17 em indivíduos do sexo masculino.
Entre os tipos de câncer1, a taxa de incidência2 na coorte12 de nascimento de 1990 variou de 12% (IRR [1990 vs 1975] 1,12 [IC 95% 1,03-1,21] para câncer1 de ovário16) a 169% (IRR [1990 vs 1930] 2,69 [2,34-3,08] para câncer1 de corpo uterino) maior do que a taxa na coorte12 de nascimento com a menor taxa de incidência2.
As MRRs aumentaram em coortes de nascimento sucessivamente mais jovens, juntamente com as IRRs para câncer1 de fígado6 e de ducto biliar intra-hepático em indivíduos do sexo feminino, corpo uterino, vesícula biliar8 e outros cânceres biliares, testiculares e colorretais, enquanto as MRRs diminuíram ou se estabilizaram em coortes de nascimento mais jovens para a maioria dos tipos de câncer1.
O estudo concluiu que 17 de 34 cânceres tiveram uma incidência2 crescente em coortes de nascimento mais jovens, incluindo nove que anteriormente tiveram incidência2 decrescente em coortes de nascimento mais velhas. Essas descobertas se somam à crescente evidência de aumento do risco de câncer1 em gerações mais jovens, destacando a necessidade de identificar e lidar com os fatores de risco subjacentes.
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Fontes:
The Lancet Public Health, Vol. 9, Nº 8, em agosto de 2024.
Science Daily, notícia publicada em 01 de agosto de 2024.