Nanopartículas que mimetizam moléculas de HDL colesterol são criadas por cientistas para auxiliar o diagnóstico e a terapêutica de doenças cardiovasculares, segundo estudo publicado no Journal of the American Chemi
Trabalho publicado no Journal of the American Chemical Society (JACS) mostra que um grupo de pesquisadores da Northwestern University, em Chicago, criou nanopartículas semelhantes a moléculas de HDL colesterol1. Em outro estudo, de pesquisadores do Mount Sinai School of Medicine, em Manhattan, foi colocado ouro e outros materiais no centro dessas partículas para que elas sejam visualizadas por exames de imagem e sirvam para o diagnóstico2 de patologias cardíacas.
No campus da Northwestern University, em Chicago, as nanopartículas artificiais de HDL3 foram sintetizadas pelo Dr. C. Shad Thaxton, professor assistente do departamento de urologia, e Chad A. Mirkin, professor e diretor do International Institute for Nanotechnology, da universidade de Evanston. Eles encontraram uma empresa, a AuraSense, para comercializar a tecnologia. Foi demonstrado que as moléculas sintéticas de HDL3 ligam-se firmemente ao colesterol4 e removem o “colesterol ruim” antes que ele cresça como placas5 ateroscleróticas, não apenas em laboratório, mas também em animais. O grupo fez um estudo piloto com animais e pretende começar um grande estudo envolvendo maior número de animais.
Estas partículas podem ser importantes para o tratamento de doenças cardiovaculares no futuro, segundo o Dr. Andre Nel, chefe da divisão de nanomedicina e diretor do Center for Environmental Implications of Nanotechnology da Universidade da Califórnia, Los Angeles.
Os pesquisadores estruturaram essas partículas artificiais com as mesmas propriedades das partículas naturais que circulam na corrente sanguínea, chamadas de lipoproteínas de alta densidade ou HDL colesterol1 (HDL3). As partículas artificiais podem limpar os lugares em que as placas5 se rompem, o que poderia causar um infarto6 ou acidentes vasculares7.
As partículas podem ser utéis não apenas para a terapia cardiovascular, mas também para diagnóstico2. No Mount Sinai School of Medicine, em Manhattan, Willem J. M. Mulder (professor assistente de radiologia e de medicina celular e genética) e seu grupo de pesquisa desenvolveram nanopartículas de HDL3 com a intenção de usá-las para diagnóstico2 e imagem. As partículas têm núcleo de ouro e de outros materiais, dependendo do tipo de imagem para a qual serão usadas. Estas imagens podem futuramente, por exemplo, monitorar as placas5 ateroscleróticas que estão crescendo no interior dos vasos.
Ambos os grupos demonstraram que as nanopartículas sintéticas de HDL3 podem absorver o colesterol4 e um dia serem incluídas no tratamento de doenças cardíacas, tornando-se parte de um controle anti-aterosclerótico juntamente com dieta, abandono do cigarro e uso de estatinas, como medicamentos que interferem na síntese de colesterol4. Mas, para isso acontecer, outros estudos são necessários. Os cientistas precisam descobrir o que acontece quando nanopartículas acumulam-se no organismo. Caso seja comprovado que elas não causam efeitos colaterais8, estas descobertas podem revolucionar a cardiologia.
Fontes consultadas:
Northwestern University