Enxaqueca com aura pode aumentar risco de acidente vascular cerebral isquêmico, segundo artigo do BMJ
Em artigo de revisão, Schürks e colaboradores avaliaram a associação entre enxaqueca1 e doenças cardiovasculares2, incluindo derrame3, infarto do miocárdio4 e morte como resultado de doenças cardiovasculares2. Observou-se que o risco de derrame3 isquêmico5 em pacientes que têm enxaqueca1 com aura é maior e amplia-se com o uso de cigarros ou contraceptivos orais, sendo mais frequente em mulheres com menos de 45 anos.
A enxaqueca1 é uma condição frequente. Aproximadamente um quarto das pessoas com enxaqueca1 apresentam sintomas6 neurológicos temporários, conhecidos como aura, antes de algumas ou de todas as crises de enxaqueca1 que manifestam.
Os médicos suspeitam há muito tempo que existe uma associação entre enxaqueca1 e eventos vasculares7 como o derrame3. O presente artigo de revisão mostra claramente que há risco duas vezes maior de derrame3 isquêmico5 em pessoas que têm enxaqueca1 com aura, quando comparadas às que não têm enxaqueca1. A enxaqueca1 também foi associada ao risco aumentado de ataque isquêmico5 transitório e angina8, mas não a acidente vascular9 hemorrágico10.
As implicações clínicas deste estudo mostram que os pacientes que têm enxaqueca1 com aura devem ser cuidadosamente acompanhados e tratados agressivamente para fatores de risco modificáveis para doenças cardiovasculares2. Estas informações devem ser avaliadas dentro de um contexto de saúde11. O risco absoluto de derrame3 para a maioria dos pacientes com enxaqueca1 é baixo. Logo, o dobro do risco não é motivo para pânico. Ao nível populacional, entretanto, o risco merece atenção, já que a prevalência12 de enxaqueca1 é bastante alta.
Fonte consultada: BMJ Journal