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Hipertensão arterial: darusentan, novo vasodilatador, mostra resultados promissores na redução da hipertensão resistente ao tratamento

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A hipertensão arterial1 nem sempre é bem controlada com o uso dos agentes anti-hipertensivos disponíveis. Os cientistas investigaram os efeitos na redução da pressão arterial2 de um novo agente vasodilatador, um antagonista3 seletivo da endotelina tipo A, o darusentan, em pacientes resistentes ao tratamento da hipertensão arterial1.

O estudo multi-cêntrico, duplo-cego e randomizado4 contou com a participação de 379 pacientes com pressão arterial sistólica5 de 140 mmHg ou mais (maior ou igual a 130 mmHg se o paciente tivesse diabetes6 ou doença renal7 crônica), os quais estavam recebendo pelo menos três agentes anti-hipertensivos, incluindo diuréticos8 - em dose máxima ou a máxima tolerada pelo paciente. Eles foram randomizados por 14 semanas recebendo o tratamento com placebo9 (n=132) ou darusentan 50 mg (n=81), 100 mg (n=81) ou 300 mg (n=85) tomadas uma vez ao dia. A pressão arterial2 foi medida em todos os pacientes no início do estudo e no final das 14 semanas de acompanhamento. Comparado ao placebo9, o medicamento experimental reduziu a pressão sistólica10 em mais de 10 pontos. Isto foi verdade para todos os pacientes independente da dose de darusentan usada, doenças apresentadas pelos pacientes ou quais outros medicamentos eles estivessem usando.

As médias de redução das pressões sistólica e diastólica foram estatisticamente significativas. O principal efeito adverso observado foi a retenção de líquidos. O edema11 e a retenção de líquidos ocorreram em 67 pacientes (27%) que receberam darusentan comparados com 19 (14%) que usaram placebo9. Um dos pacientes que usou placebo9 morreu por evento cardíaco súbito e 5 pacientes dos 3 grupos em uso de uma das 3 doses de darusentan apresentaram eventos cardíacos sérios. Devido a este efeito colateral12, o medicamento não deve ser usado por pacientes com insuficiência cardíaca13.

Em conclusão, o darusentan fornece redução adicional da pressão arterial2 em pacientes que não alcançaram a meta de tratamento com o uso de três ou mais medicamentos anti-hipertensivos. E assim como com outros medicamentos vasoldilatadores, o manejo dos fluidos corporais com terapia diurética efetiva faz-se necessário no controle dos pacientes.

Fonte: The Lancet – publicação online de 14 de setembro de 2009

NEWS.MED.BR, 2009. Hipertensão arterial: darusentan, novo vasodilatador, mostra resultados promissores na redução da hipertensão resistente ao tratamento. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/41188/hipertensao-arterial-darusentan-novo-vasodilatador-mostra-resultados-promissores-na-reducao-da-hipertensao-resistente-ao-tratamento.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
2 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
3 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
4 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
5 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
6 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
7 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
8 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
9 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
10 Pressão sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco. É também chamada de pressão máxima.
11 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
12 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
13 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
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Complementos

22/09/2009 - Complemento feito por Patricia
Re: Hipertensão arterial: darusentan, novo vasodilatador, mostra resultados promissores na redução da hipertensão resistente ao tratamento
Muito bom o artigo. Agradeço pois este assunto me interessa bastante.

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