Grávidas usando antiepilépticos: lamotrigina em dose menor que 300mg/dia mostrou as menores taxas de malformações fetais em estudo do The Lancet Neurology
A exposição pré-natal a medicamentos antiepilépticos está associada a maior risco de malformações1 congênitas2, mas faltam informações adequadas sobre o assunto. Com o objetivo de estabelecer o risco de malformações1 congênitas2 após monoterapia com quatro tipos diferentes de medicamentos antiepilépticos em diferentes doses, foi publicado um estudo, no The Lancet Neurology, que diz que o uso de lamotrigina em doses menores que 300 mg/dia mostrou as menores taxas de malformações1 fetais quando comparado ao uso de ácido valproico, fenobarbital e carbamazepina.
Estudo observacional de coorte3, prospectivo4, com a colaboração de médicos de 42 países, monitorou grávidas expostas à monoterapia com quatro diferentes antiepilépticos: carbamazepina, lamotrigina, ácido valproico e fenobarbital. Após exclusão de fatores como alterações genéticas ou cromossômicas e de gestações que terminaram em aborto espontâneo, foram avaliadas as taxas de malformações1 fetais em 1402 grávidas expostas à carbamazepina, 1280 à lamotrigina, 1010 ao ácido valproico e 217 ao fenobarbital. Um aumento nas taxas de malformações1 fetais com o aumento da dose próximo à concepção5 foi observado para todos os medicamentos. O risco de malformações1 fetais foi maior quando havia uma história familiar positiva para malformações1 congênitas2. As menores taxas observadas foram com o uso de lamotrigina em doses inferiores a 300mg/dia e também com o uso de menos de 400mg/dia de carbamazepina. Comparadas ao uso de menos de 300mg/dia de lamotrigina em monoterapia, o risco de malformações1 fetais foi significativamente maior com o ácido valproico e o fenobarbital em todas as doses investigadas, e com a carbamazepina em doses maiores que 400 mg/dia.
O risco de malformações1 congênitas2 é influenciado não só pelo tipo de droga antiepiléptica, mas também pela dose prescrita e por outras variáveis, que devem ser levadas em consideração no tratamento da epilepsia6 em mulheres em idade fértil.