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Estudo identifica molécula que interrompe a produção de colesterol no fígado quando o consumo alimentar é elevado

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O colesterol1 é um elemento essencial das membranas celulares, mas o colesterol1 elevado no sangue2 pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares3. Para manter os níveis sob controle, o corpo ajusta a quantidade de colesterol1 que cria dependendo de quanto da molécula é absorvida pelos alimentos.

Agora, em um estudo publicado na revista Cell, cientistas descobriram que um hormônio4 secretado no intestino ajuda a impedir que o fígado5 crie colesterol1, e poderia levar a tratamentos que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares3.

Um hormônio4 derivado do intestino regula o metabolismo6 do colesterol1

Destaques

  • A colesina é um hormônio4 intestinal induzido pelo colesterol1
  • A colesina regula os níveis de colesterol1 plasmático em humanos e camundongos
  • A colesina inibe a sinalização PKA-ERK1/2 através da ligação ao GPR146
  • A colesina suprime a síntese de colesterol1 controlada por SREBP2 no fígado5
Leia sobre "Entendendo o colesterol1 do organismo", "O que fazer para reduzir o colesterol1" e "Dislipidemia - informações necessárias".

Resumo

A coordenação recíproca entre a absorção do colesterol1 no intestino e a nova síntese de colesterol1 no fígado5 é essencial para manter a homeostase do colesterol1, mas os mecanismos que governam a regulação oposta destes processos permanecem pouco compreendidos.

Neste estudo, identificou-se um hormônio4, a Colesina, que é capaz de inibir a síntese de colesterol1 no fígado5, levando à redução dos níveis de colesterol1 circulante.

A colesina é codificada por um gene com função até então desconhecida (C7orf50 em humanos; 3110082I17Rik em camundongos). Ela é secretada pelo intestino em resposta à absorção de colesterol1 e liga-se ao GPR146, um receptor órfão acoplado à proteína G, exercendo efeitos antagônicos a jusante7, inibindo a sinalização de PKA (proteína quinase A) e suprimindo assim a síntese de colesterol1 controlada por SREBP2 (proteína de ligação ao elemento regulador de esterol 2) no fígado5.

Portanto, os resultados demonstram que o eixo Colesina-GPR146 medeia o efeito inibitório da absorção intestinal do colesterol1 na síntese hepática8 do colesterol1. Este novo hormônio4 descoberto, a colesina, é promissor como um agente eficaz no combate à hipercolesterolemia9 e à aterosclerose10.

 

Fontes:
Cell, Vol. 187, Nº 7, em março de 2024.
Nature, notícia publicada em 18 de março de 2024.

 

NEWS.MED.BR, 2024. Estudo identifica molécula que interrompe a produção de colesterol no fígado quando o consumo alimentar é elevado. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1468537/estudo-identifica-molecula-que-interrompe-a-producao-de-colesterol-no-figado-quando-o-consumo-alimentar-e-elevado.htm>. Acesso em: 3 out. 2024.

Complementos

1 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
2 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
3 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
4 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
5 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
6 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
7 Jusante: 1. Vazante da maré; baixa-mar. 2. O sentido da correnteza em um curso de água (da nascente para a foz). Em medicina, é usado para se referir ao sentido do fluxo sanguíneo normal.
8 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
9 Hipercolesterolemia: Aumento dos níveis de colesterol do sangue. Está associada a uma maior predisposição ao desenvolvimento de aterosclerose.
10 Aterosclerose: Tipo de arteriosclerose caracterizado pela formação de placas de ateroma sobre a parede das artérias.
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