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Pessoas com evidência de remissão do diabetes tipo 2 têm taxas reduzidas de doenças cardiovasculares e doença renal

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Um estudo publicado na revista Diabetologia avaliou o impacto da remissão do diabetes tipo 21 nos resultados de saúde2 a longo prazo.

Segundo os achados, pessoas com qualquer evidência de remissão do diabetes tipo 21 com mudanças na dieta e no estilo de vida tiveram uma taxa 40% menor de doenças cardiovasculares3 (DCV) e uma taxa 33% menor de doença renal4 crônica (DRC) em comparação com aquelas sem remissão.

O objetivo do estudo foi examinar a associação da obtenção da remissão do diabetes5 no contexto de uma intervenção intensiva no estilo de vida de 12 anos com subsequente incidência6 de DRC e DCV.

O estudo Look AHEAD foi um ensaio clínico randomizado7 multicêntrico que comparou o efeito de uma intervenção intensiva no estilo de vida de 12 anos com o efeito do apoio ao diabetes5 e a educação sobre DCV e outras condições de saúde2 de longo prazo.

Comparou-se a incidência6 de DCV e DRC entre 4.402 e 4.132 participantes, respectivamente, com base no alcance e na duração da remissão do diabetes5. Os participantes eram 58% do sexo feminino e tinham idade média de 59 anos, com duração do diabetes5 de 6 anos e IMC8 de 35,8 kg/m².

Leia sobre "Opções de tratamentos para o diabetes5", "Doenças cardiovasculares3" e "Insuficiência renal9 crônica".

Aplicou-se uma definição epidemiológica de remissão: não tomar medicamentos para diabetes5 e ter HbA1c10 <48 mmol/mol (6,5%) em um único ponto no tempo. Definiu-se DRC de alto ou muito alto risco com base nos critérios do Kidney Disease Improving Global Outcomes (KDIGO), e a incidência6 de DCV como qualquer ocorrência de infarto11 agudo12 do miocárdio13 não fatal, acidente vascular cerebral14, admissão por angina15 ou morte por DCV.

Os participantes com evidência de qualquer remissão durante o acompanhamento tiveram uma taxa 33% menor de DRC (HR 0,67; IC 95% 0,52; 0,87) e uma taxa 40% menor da medida composta de DCV (HR 0,60; IC 95% 0,47; 0,79) em análises multivariadas com ajuste para HbA1c10, pressão arterial16, níveis lipídicos, histórico de DCV, duração do diabetes5 e braço de intervenção, em comparação com participantes sem remissão.

A magnitude da redução do risco foi maior para os participantes com evidência de remissão a mais longo prazo.

O estudo concluiu que os participantes com diabetes tipo 21 com evidência de remissão tiveram uma incidência6 substancialmente menor de DRC e DCV, respectivamente, em comparação com os participantes que não alcançaram a remissão. Esta associação pode ser afetada por melhorias pós-basais no peso, condição física, HbA1c10 e colesterol17 LDL18.

 

Fonte: Diabetologia, Vol. 67, em 18 de janeiro de 2024.

 

NEWS.MED.BR, 2024. Pessoas com evidência de remissão do diabetes tipo 2 têm taxas reduzidas de doenças cardiovasculares e doença renal. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1465062/pessoas-com-evidencia-de-remissao-do-diabetes-tipo-2-tem-taxas-reduzidas-de-doencas-cardiovasculares-e-doenca-renal.htm>. Acesso em: 27 abr. 2024.

Complementos

1 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
4 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
5 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
6 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
7 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
8 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
9 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
10 HbA1C: Hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada, glico-hemoglobina ou HbA1C e, mais recentemente, apenas como A1C é uma ferramenta de diagnóstico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos. Atualmente, a manutenção do nível de A1C abaixo de 7% é considerada um dos principais objetivos do controle glicêmico de pacientes diabéticos. Algumas sociedades médicas adotam metas terapêuticas mais rígidas de 6,5% para os valores de A1C.
11 Infarto: Morte de um tecido por irrigação sangüínea insuficiente. O exemplo mais conhecido é o infarto do miocárdio, no qual se produz a obstrução das artérias coronárias com conseqüente lesão irreversível do músculo cardíaco.
12 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
13 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
14 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
15 Angina: Inflamação dos elementos linfáticos da garganta (amígdalas, úvula). Também é um termo utilizado para se referir à sensação opressiva que decorre da isquemia (falta de oxigênio) do músculo cardíaco (angina do peito).
16 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
17 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
18 LDL: Lipoproteína de baixa densidade, encarregada de transportar colesterol através do sangue. Devido à sua tendência em depositar o colesterol nas paredes arteriais e a produzir aterosclerose, tem sido denominada “mau colesterol“.
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