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Jogar videogames violentos não aumenta significativamente a agressividade dos jogadores ao longo do tempo

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Três pesquisadores de uma Universidade na Nova Zelândia publicaram um artigo na Royal Society Open Science sobre uma metanálise com 28 estudos e 21 mil jovens, no qual eles demonstraram que jogar videogames violentos não aumenta significativamente a agressividade dos jogadores ao longo do tempo.

O objetivo era descobrir se os estudos longitudinais suportam relações de longo prazo entre o jogo agressivo e o comportamento agressivo dos jovens.

Leia sobre "Os adolescentes e o mundo virtual" e "Crises da adolescência".

No artigo, eles relatam que a questão sobre os videogames com conteúdo agressivo contribuírem para o comportamento agressivo na juventude tem sido um ponto de discórdia por décadas.

A reavaliação recente de evidências experimentais sugere que a literatura sofre de viés de publicação e que estudos experimentais são incapazes de demonstrar efeitos convincentes de curto prazo do conteúdo agressivo do jogo sobre a agressividade. Efeitos de longo prazo ainda podem ser plausíveis, se efeitos de curto prazo menos sistemáticos se acumularem em efeitos sistemáticos ao longo do tempo.

No entanto, os estudos longitudinais variam consideravelmente em relação a indicar ou não efeitos de longo prazo, e poucas análises consideraram quais fatores metodológicos podem explicar essa heterogeneidade nos resultados.

A metanálise atual incluiu 28 amostras independentes, incluindo aproximadamente 21.000 jovens. Os resultados revelaram um tamanho de efeito geral para esta população de estudos (r = 0,059) sem evidência de viés de publicação.

Os tamanhos de efeito foram menores para períodos longitudinais mais longos, questionando as teorias de efeitos acumulados, e os tamanhos de efeito foram menores para estudos mais bem desenhados e aqueles com menos evidências de efeitos de expectativa do pesquisador.

Em análises exploratórias, estudos com mais práticas recomendadas foram estatisticamente indistinguíveis de zero (r = 0,012, intervalo de confiança de 95%: -0,010, 0,034).

No geral, estudos longitudinais não parecem apoiar vínculos substantivos de longo prazo entre conteúdo agressivo do jogo e agressividade juvenil. As correlações entre o conteúdo agressivo do jogo e a agressividade juvenil parecem ser mais bem explicadas por fraquezas metodológicas e efeitos de expectativa do pesquisador do que efeitos verdadeiros no mundo real.

Veja também: "Videogames podem estar associados a melhor desempenho cognitivo1 em crianças".

 

Fonte: Royal Society Open Science, publicação em 22 de julho de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2023. Jogar videogames violentos não aumenta significativamente a agressividade dos jogadores ao longo do tempo. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1436875/jogar-videogames-violentos-nao-aumenta-significativamente-a-agressividade-dos-jogadores-ao-longo-do-tempo.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.

Complementos

1 Desempenho cognitivo: Desempenho dos processos de aprendizagem e de aquisição de conhecimento através da percepção.
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