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Alisadores de cabelo podem representar um pequeno risco para câncer uterino

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Um novo estudo soou alarmes sobre os alisadores químicos de cabelo1 estarem ligados ao câncer2 de útero3, mas os médicos dizem que há sintomas4 indicadores a serem observados.

O estudo realizado nos Estados Unidos, com publicação no Journal of the National Cancer2 Institute, sugeriu que o uso de alisadores químicos de cabelo1 com frequência pode representar um pequeno risco de câncer2 uterino. As taxas da doença ainda são relativamente baixas, disse a Dra. Alexandra White, chefe do grupo de meio ambiente e epidemiologia do câncer2 do Instituto Nacional de Ciências da Saúde5 Ambiental e principal autora do estudo. A pesquisa também não mostrou definitivamente que os alisadores de cabelo1 causam câncer2. Mas as descobertas são motivo de preocupação, disse ela.

As taxas de câncer2 uterino têm aumentado nos Estados Unidos, particularmente para mulheres negras e hispânicas. O número de casos diagnosticados a cada ano subiu para 65.950 este ano, em comparação com 39.000 há 15 anos. As mulheres negras também são mais propensas a ter casos mais agressivos de câncer2, disse White, e o estudo mostrou que elas eram desproporcionalmente mais propensas a usar alisadores de cabelo1.

Para as mulheres do estudo que nunca usaram alisadores de cabelo1, o risco de desenvolver câncer2 uterino aos 70 anos foi de 1,64%, segundo a pesquisa, enquanto a taxa para usuárias frequentes de alisadores foi mais que o dobro, chegando a 4,05%.

Embora o risco aumentado tenha sido encontrado entre mulheres de todas as origens raciais e étnicas, as mulheres negras podem ser desproporcionalmente afetadas: 60% das participantes que relataram usar alisadores de cabelo1 se identificaram como mulheres negras, de acordo com o estudo.

O estudo definiu uso frequente como mais de quatro vezes no ano anterior e incluiu qualquer uso pessoal, se as mulheres aplicaram os produtos ou se os alisantes foram aplicados por outras pessoas.

Leia sobre "Câncer2 do colo do útero6" e "Câncer2 de endométrio7".

Para as mulheres que usaram alisadores químicos de cabelo1, não há necessidade de procurar atendimento médico, a menos que tenha sintomas4 de câncer2 uterino, disse o Dr. Otis Brawley, oncologista da Universidade Johns Hopkins. Mas as mulheres devem consultar regularmente um ginecologista e estar cientes dos fatores de risco e dos primeiros sinais8 da doença.

Sangramento anormal é o sintoma9 mais comum de câncer2 uterino, disse Brawley, especialmente para mulheres que passaram pela menopausa10. Se houver sangramento vaginal depois de não menstruar por um ano ou mais, mesmo manchas rosa-claras ou marrons ao se limpar, é importante conversar com um ginecologista.

Para as mulheres mais jovens, uma mudança no padrão de sangramento – incluindo sangramento entre as menstruações e sangramento intenso em geral – pode ser um sintoma9 de câncer2 uterino.

Pular menstruações também pode ser um sinal11 de preocupação. Outros sintomas4 iniciais de câncer2 uterino incluem dor ou pressão pélvica12. As pacientes podem apresentar inchaço13 ou alterações nos hábitos intestinais, que podem parecer constipação14 ou diarreia15.

No artigo publicado, os pesquisadores avaliaram a associação do uso de alisadores e outros produtos capilares16 e câncer2 uterino incidente17.

Eles contextualizam que os produtos capilares16 podem conter substâncias químicas perigosas com propriedades cancerígenas e desreguladoras do sistema endócrino18. Estudos anteriores descobriram que o uso de produtos capilares16 está associado a um risco maior de cânceres sensíveis a hormônios, incluindo câncer2 de mama19 e ovário20; no entanto, até onde se sabe, nenhum estudo anterior investigou a relação com o câncer2 de útero3.

Examinou-se as associações entre o uso de produtos capilares16 e câncer2 uterino incidente17 entre 33.947 participantes do Sister Study com idade entre 35 e 74 anos que tinham útero3 no momento da inscrição (2003-2009).

Em questionários na linha de base, as participantes desta grande coorte21 prospectiva, racial e etnicamente diversa, relataram seu uso de produtos capilares16 nos 12 meses anteriores, incluindo tinturas de cabelo1; alisadores, relaxantes ou produtos de prensagem; e permanentes.

Estimou-se razões de risco (HRs) ajustadas e intervalos de confiança (ICs) de 95% para quantificar associações entre o uso de produtos capilares16 e câncer2 uterino usando modelos de risco proporcional de Cox. Todos os testes estatísticos foram bilaterais.

Ao longo de uma média de 10,9 anos de acompanhamento, foram identificados 378 casos de câncer2 uterino. O uso de produtos de alisamento sempre versus nunca nos últimos 12 meses foi associado a maiores taxas de incidência22 de câncer2 uterino (HR = 1,80, IC 95% = 1,12 a 2,88).

A associação foi mais forte ao comparar o uso frequente (>4 vezes nos últimos 12 meses) versus nunca ter usado (HR = 2,55, IC 95% = 1,46 a 4,45; P para tendência = 0,002).

O uso de outros produtos capilares16, incluindo tinturas e permanentes, não foi associado ao câncer2 uterino incidente17.

Esses achados são a primeira evidência epidemiológica de associação entre o uso de produtos de alisamento e câncer2 de útero3. Mais pesquisas são necessárias para replicar essas descobertas em outros ambientes e identificar substâncias químicas específicas que conduzem essa associação observada.

Veja também sobre "Substâncias cancerígenas" e "Câncer2 - informações importantes".

 

Fontes:
Journal of the National Cancer2 Institute, publicação em 17 de outubro de 2022.
The New York Times, notícias publicadas em 17 e 25 de outubro de 2022.

 

NEWS.MED.BR, 2022. Alisadores de cabelo podem representar um pequeno risco para câncer uterino. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1428715/alisadores-de-cabelo-podem-representar-um-pequeno-risco-para-cancer-uterino.htm>. Acesso em: 12 out. 2024.

Complementos

1 Cabelo: Estrutura filamentosa formada por uma haste que se projeta para a superfície da PELE a partir de uma raiz (mais macia que a haste) e se aloja na cavidade de um FOLÍCULO PILOSO. É encontrado em muitas áreas do corpo.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
6 Colo do útero: Porção compreendendo o pescoço do ÚTERO (entre o ístmo inferior e a VAGINA), que forma o canal cervical.
7 Endométrio: Membrana mucosa que reveste a cavidade uterina (responsável hormonalmente) durante o CICLO MENSTRUAL e GRAVIDEZ. O endométrio sofre transformações cíclicas que caracterizam a MENSTRUAÇÃO. Após FERTILIZAÇÃO bem sucedida, serve para sustentar o desenvolvimento do embrião.
8 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
9 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
10 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
11 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
12 Pélvica: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
13 Inchaço: Inchação, edema.
14 Constipação: Retardo ou dificuldade nas defecações, suficiente para causar desconforto significativo para a pessoa. Pode significar que as fezes são duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes (evacuações inferiores a três vezes por semana), ou ainda a sensação de esvaziamento retal incompleto, após as defecações.
15 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
16 Capilares: Minúsculos vasos que conectam as arteríolas e vênulas.
17 Incidente: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
18 Sistema Endócrino: Sistema de glândulas que liberam sua secreção (hormônios) diretamente no sistema circulatório. Em adição às GLÂNDULAS ENDÓCRINAS, o SISTEMA CROMAFIM e os SISTEMAS NEUROSSECRETORES estão inclusos.
19 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
20 Ovário: Órgão reprodutor (GÔNADAS) feminino. Nos vertebrados, o ovário contém duas partes funcionais Sinônimos: Ovários
21 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
22 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
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