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Obesidade da mãe durante a gravidez foi associada ao risco de câncer colorretal na prole

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O sobrepeso1 e a obesidade2 nas mães durante a gravidez3 aumentam o risco de câncer4 colorretal (CCR) em seus filhos mais tarde na vida, de acordo com um estudo de base populacional publicado na revista científica Gut, integrante do BMJ Journals.

Comparado com baixo peso / peso saudável durante a gravidez3, tanto a obesidade2 quanto o sobrepeso1 foram associados ao aumento do risco de CCR na prole, relatou Caitlin Murphy, PhD, do University of Texas Health Science Center em Houston, e colegas.

O ganho de peso durante o início da gravidez3 também aumentou esse risco, mas apenas se o ganho de peso durante toda a gestação foi baixo. Isso sugere que um padrão discordante de crescimento fetal do início ao fim da gravidez3 pode afetar os resultados mais tarde na vida.

“Estamos vendo que os primeiros eventos da vida, ou coisas que acontecem no útero5, são importantes fatores de risco de câncer4 colorretal na idade adulta”, disse Caitlin Murphy, PhD, do Centro de Ciências da Saúde6 da Universidade do Texas, em entrevista ao MedPage Today. “Ninguém até este ponto tem realmente falado sobre os fatores do início da vida como sendo importantes para esta doença.”

Foi “intrigante” descobrir que o efeito do ganho de peso precoce na gravidez3 sobre o risco de câncer4 na prole dependia do ganho de peso da mãe durante toda a gestação, continuou Murphy. “Mas isso sugere que há algo sobre o momento do ganho de peso que é importante aqui”, acrescentou ela.

Leia sobre "Câncer4 colorretal", "Obesidade2" e "Recomendação sobre ganho de peso durante a gestação".

No artigo publicado, os pesquisadores avaliaram a obesidade2 materna, o ganho de peso na gravidez3 e o peso ao nascer e o risco de câncer4 colorretal em filhos adultos.

O câncer4 colorretal (CCR) é uma das principais causas de morte relacionada ao câncer4 em todo o mundo. A obesidade2 é um fator de risco7 bem estabelecido para o CCR, e as origens fetais ou de desenvolvimento da obesidade2 podem estar na base de seu efeito sobre o câncer4 na idade adulta.

O Child Health and Development Studies é uma coorte8 prospectiva de mulheres que receberam cuidados pré-natais entre 1959 e 1966 em Oakland, Califórnia (N = 18.751 nascidos vivos entre 14.507 mães). As informações clínicas foram extraídas dos prontuários médicos das mães 6 meses antes da gravidez3 até o parto.

Os diagnósticos de CCR em filhos adultos (idade ≥18 anos) foram verificados até 2019 por meio de vínculo com o Registro de Câncer4 da Califórnia.

Usou-se modelos de riscos proporcionais de Cox para estimar a razão de risco ajustada (aHR); examinou-se a modificação da medida do efeito usando modelos de referência única para estimar o excesso de risco relativo devido à interação (ERRI).

68 filhos foram diagnosticados com CCR em 738.048 pessoas-ano de acompanhamento, e metade (48,5%) foram diagnosticados com menos de 50 anos de idade.

A obesidade2 materna (≥30 kg/m²) aumentou o risco de CCR na prole (aHR 2,51, IC 95% 1,05 a 6,02).

O ganho de peso total modificou a associação da taxa de ganho de peso inicial (ERRI -4,37, IC 95% -9,49 a 0,76), sugerindo que o crescimento discordante do início ao fim da gravidez3 aumenta o risco.

Houve uma associação elevada com o peso ao nascer (≥4000 g: aHR 1,95, IC 95% 0,8 a 4,38).

Os resultados sugerem que eventos dentro do útero5 são importantes fatores de risco para câncer4 colorretal e podem contribuir para o aumento das taxas de incidência9 em adultos jovens.

Veja também sobre "Pré-natal", "Peso normal do bebê durante a gestação" e "Câncer4 - informações importantes".

 

Fontes:
Gut, publicação em 24 de agosto de 2021.
MedPage Today, notícia publicada em 23 de agosto de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Obesidade da mãe durante a gravidez foi associada ao risco de câncer colorretal na prole. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1400340/obesidade-da-mae-durante-a-gravidez-foi-associada-ao-risco-de-cancer-colorretal-na-prole.htm>. Acesso em: 25 nov. 2024.

Complementos

1 Sobrepeso: Peso acima do normal, índice de massa corporal entre 25 e 29,9.
2 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
3 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
4 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
5 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
6 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
7 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
8 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
9 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
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