Qualquer tipo de exposição ao diabetes no útero aumenta o risco de altos erros de refração na prole
Crianças nascidas de mães com diabetes1 podem ter problemas na visão2 no início da idade adulta, sugeriu um novo estudo.
Em um estudo de coorte3 nacional de pares de mães e filhos dinamarqueses, crianças que foram expostas ao diabetes1 no período pré-natal tiveram um risco aumentado de 39% de desenvolver alto erro de refração nos olhos4 aos 25 anos.
Em comparação com filhos não expostos ao diabetes1, crianças nascidas de mães com diabetes1 apresentaram uma diferença de incidência5 cumulativa geral 0,72% maior.
Isso incluiu mães com diabetes tipo 16, diabetes tipo 27 e diabetes gestacional8, explicaram os autores no artigo publicado no periódico Diabetologia.
Saiba mais sobre "Diabetes Mellitus9", "Diabetes gestacional8" e "Sinais10 e sintomas11 oftálmicos que precisam de avaliação médica".
No entanto, o risco de desenvolver este problema ocular comum, que impede o olho12 de focalizar adequadamente as imagens na retina13, foi maior para filhos nascidos de mães com diabetes tipo 27:
- Diabetes tipo 27: HR 1,68 (IC 95% 1,36-2,08, P <0,001)
- Diabetes tipo 16: HR 1,32 (IC 95% 1,15-1,51, P <0,001)
- Diabetes gestacional8: HR 1,37 (IC 95% 1,21-1,55, P <0,001)
Ao olhar para os riscos variáveis para alguns dos tipos específicos de alto erro de refração – hipermetropia14, miopia15 e astigmatismo16 – a exposição ao diabetes1 no útero17 foi associada a riscos significativamente aumentados para todas as três doenças oculares.
Especificamente, houve um aumento de 37% no risco de hipermetropia14 nos filhos, um aumento de 34% no risco de miopia15 e um aumento de 58% no risco de astigmatismo16.
No artigo publicado, os pesquisadores buscaram avaliar as associações entre diabetes1 materno antes ou durante a gravidez18 e o risco de alto erro de refração (ER) em filhos até a idade de 25 anos.
Este estudo de coorte3 baseado em registro nacional compreendeu 2.470.580 indivíduos nascidos em 1977–2016. A exposição foi diabetes1 materno durante ou antes da gravidez18 (diabetes tipo 16, diabetes tipo 27 e diabetes gestacional8). A regressão de Cox foi usada para examinar a associação entre diabetes1 materno e o risco de alto ER na prole desde o nascimento até a idade de 25 anos, ajustando para múltiplos fatores de confusão potenciais.
Durante até 25 anos de acompanhamento, 553 filhos de mães com diabetes1 e 19.695 filhos de mães sem diabetes1 foram diagnosticados com alto ER.
A exposição pré-natal ao diabetes1 materno foi associada a um risco aumentado de 39% de alto ER: HR 1,39 (IC 95% 1,28, 1,51), p <0,001; incidência5 cumulativa padronizada em descendentes não expostos aos 25 anos de idade 1,18% (IC 95% 1,16%, 1,19%); diferença de incidência5 cumulativa 0,72% (IC 95% 0,51%, 0,94%).
Os riscos elevados foram observados para hipermetropia14 (HR 1,37 [IC 95% 1,24, 1,51], p <0,001), miopia15 (HR 1,34 [IC 95% 1,08, 1,66], p = 0,007) e astigmatismo16 (HR 1,58 [IC 95% 1,29, 1,92], p <0,001).
Os riscos aumentados foram mais pronunciados entre os filhos de mães com complicações diabéticas (HR 2,05 [IC 95% 1,60, 2,64], p <0,001), em comparação com os de mães com diabetes1, mas sem complicações diabéticas (HR 1,18 [IC 95% 1,02, 1,37], p = 0,030).
Esses achados sugerem que o diabetes1 materno durante a gravidez18 está associado a um risco aumentado de alto erro de refração na prole, em particular entre as mães com complicações diabéticas.
O rastreamento oftalmológico precoce deve ser recomendado em filhos de mães com diabetes1 diagnosticado antes ou durante a gravidez18.
Leia sobre "Cirurgia refrativa", "Prevenção do diabetes1 e suas complicações" e "[EBOOK] Diabetes Mellitus9".
Fontes:
Diabetologia, publicação em 17 de agosto de 2021.
MedPage Today, notícia publicada em 17 de agosto de 2021.