A massa gorda e a massa magra corporal mostraram associações opostas com a mortalidade
A massa gorda1 e a massa magra2 podem desempenhar papéis independentes no risco de mortalidade3, mas os estudos disponíveis sobre a composição corporal produziram resultados inconsistentes.
O objetivo desse estudo, publicado pelo The American Journal of Clinical Nutrition, foi determinar as relações entre a massa gorda1 e a massa magra2 corporal e o risco de mortalidade3.
Em dados agrupados de 7 coortes prospectivas abrangendo 16.155 indivíduos com idades entre 20 e 93 anos (mediana, 44 anos), usou-se a regressão de Cox e splines cúbicos restritos para estimar HRs (hazard ratios) e ICs de 95% para a relação da composição corporal, medida por análise de impedância bioelétrica, com a mortalidade3 total. Foi feito ajuste para idade, estudo, sexo, etnia, história de diabetes mellitus4, educação, tabagismo, atividade física e consumo de álcool.
Durante um período médio de acompanhamento de 14 anos (variação de 3 a 21 anos), 1.347 mortes foram identificadas.
Após ajuste mútuo para massa gorda1 e massa magra2, a massa gorda1 mostrou uma associação em forma de J com mortalidade3 (valor P geral <0,001; P para não linearidade = 0,003). Usando um índice de massa gorda1 de 7,3 kg/m² como referência, um alto índice de massa gorda1 de 13,0 kg/m² foi associado a uma HR de 1,56 (IC 95%: 1,30, 1,87).
Em contraste, a massa magra2 mostrou uma associação inversa com a mortalidade3 (valor P geral <0,001; P para não linearidade = 0,001). Em comparação com um índice baixo de massa magra2 de 16,1 kg/m², uma massa magra2 elevada de 21,9 kg/m² foi associada a uma HR de 0,70 (IC 95%: 0,56, 0,87).
O estudo concluiu que a massa gorda1 e a massa magra2 corporal mostram associações opostas com a mortalidade3. O excesso de massa gorda1 está relacionado ao aumento do risco de mortalidade3, enquanto a massa magra2 protege contra o risco de mortalidade3.
Esses achados sugerem que a composição corporal fornece informações prognósticas importantes sobre o risco de mortalidade3 de um indivíduo, não fornecidas por substitutos tradicionais da adiposidade, como o IMC5.
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Fonte: The American Journal of Clinical Nutrition, Vol. 113, Nº 3, em março de 2021.