Imunidade de células T específica para SARS-CoV-2 em casos de COVID-19, de SARS e de controles não infectados
As células1 T de memória induzidas por patógenos anteriores podem moldar a suscetibilidade e a gravidade clínica de infecções2 subsequentes. Pouco se sabe sobre a presença de células1 T de memória pré-existentes em humanos com potencial para reconhecer o SARS-CoV-2.
Nessa publicação da revista Nature, estudou-se primeiro as respostas das células1 T às regiões estrutural (proteína nucleocapsídica, NP) e não estrutural (NSP-7 e NSP13 de ORF1) do SARS-CoV-2 em convalescentes da COVID-19 (n = 36). Em todos eles, demonstrou-se a presença de células1 T CD4 e CD8 reconhecendo várias regiões da proteína NP.
Mostrou-se então que os pacientes recuperados da SARS (n = 23) ainda possuem células1 T de memória duradouras reativas ao SARS-NP dezessete anos após o surto de 2003, que exibiram reatividade cruzada robusta ao SARS-CoV-2 NP.
Surpreendentemente, também frequentemente detectou-se células1 T específicas para SARS-CoV-2 em indivíduos sem histórico de SARS, COVID-19 ou contato com pacientes com SARS / COVID-19 (n = 37). As células1 T de SARS-CoV-2 em doadores não infectados exibiram um padrão diferente de imunodominância, visando frequentemente as proteínas3 NSP7 e 13 codificadas em ORF-1, bem como a proteína estrutural NP.
A caracterização do epítopo de células1 T específicas para NSP7 mostrou reconhecimento de fragmentos4 de proteínas3 com baixa homologia para coronavírus humanos do "resfriado comum", mas conservados entre os betacoranavírus animais. Assim, a infecção5 por betacoronavírus induz imunidade6 de células1 T multiespecífica e duradoura à proteína estrutural NP.
Compreender como as células1 T específicas para NP e ORF-1 presentes na população geral afetam a suscetibilidade e a patogênese7 da infecção5 por SARS-CoV-2 é de suma importância para o manejo da atual pandemia8 de COVID-19.
Leia sobre "Células1 T reativas ao SARS-CoV-2 em pacientes com COVID-19 e doadores saudáveis" e "Imunidade6 preexistente ao SARS-CoV-2".
Fonte: Nature, publicação em 15 de julho de 2020.