Gostou do artigo? Compartilhe!

JAMA: redução da pressão arterial pode reduzir risco de demência incidente ou comprometimento cognitivo

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

O benefício da redução da pressão arterial1 para a prevenção de demência2 ou comprometimento cognitivo3 não é claro. O objetivo desse estudo, publicado no JAMA, foi determinar essa associação da redução da pressão arterial1 com demência2 ou comprometimento cognitivo3.

Foram pesquisadas as bases de dados do PubMed, EMBASE e CENTRAL para ensaios clínicos4 randomizados, publicados desde o início dos bancos de dados até 31 de dezembro de 2019, que avaliaram a associação da redução da pressão arterial1 nos resultados cognitivos5. Os grupos controle consistiram em placebo6, agentes anti-hipertensivos alternativos ou alvos mais altos de pressão arterial1.

Os dados foram triados e extraídos independentemente por 2 autores. Modelos de metanálise de efeitos aleatórios foram usados ​​para relatar efeitos de tratamento combinados e ICs.

O desfecho primário foi demência2 ou comprometimento cognitivo3. Os desfechos secundários foram declínio cognitivo3 e alterações nos resultados dos testes cognitivos5.

Quatorze ensaios clínicos4 randomizados foram elegíveis para inclusão (96.158 participantes), dos quais 12 relataram a incidência7 de demência2 (ou composto de demência2 e comprometimento cognitivo3 [3 ensaios]) no acompanhamento e foram incluídos na meta-análise primária, 8 relataram declínio cognitivo3 e 8 relataram alterações nos resultados dos testes cognitivos5.

A idade média (DP) dos participantes do estudo foi de 69 (5,4) anos e 40.617 (42,2%) eram mulheres. A pressão arterial sistólica8 média inicial foi de 154 (14,9) mmHg e a pressão arterial diastólica9 média foi de 83,3 (9,9) mmHg. A duração média do acompanhamento foi de 49,2 meses.

A redução da pressão arterial1 com agentes anti-hipertensivos em comparação com o controle foi significativamente associada a um risco reduzido de demência2 ou comprometimento cognitivo3 (12 ensaios; 92.135 participantes) (7,0% vs 7,5% dos pacientes durante um seguimento médio de 4,1 anos; odds ratio [OR], 0,93 [IC 95%, 0,88-0,98]; redução absoluta do risco, 0,39% [IC 95%, 0,09% -0,68%]; I² = 0,0%) e declínio cognitivo3 (8 ensaios) (20,2% vs 21,1% de participantes em um acompanhamento médio de 4,1 anos; OR, 0,93 [IC 95%, 0,88-0,99]; redução do risco absoluto, 0,71% [IC 95%, 0,19%-1,2%]; I² = 36,1%). A redução da pressão arterial1 não foi significativamente associada a uma alteração nos resultados dos testes cognitivos5.

Nesta metanálise de ensaios clínicos4 randomizados, a redução da pressão arterial1 com agentes anti-hipertensivos em comparação com o controle foi significativamente associada a um menor risco de demência2 incidente10 ou comprometimento cognitivo3.

Leia sobre "Distúrbio neurocognitivo", "Informações sobre pressão arterial1" e "Hipertensão arterial11".

 

Fonte: JAMA, publicação em 19 de maio de 2020.

 

NEWS.MED.BR, 2020. JAMA: redução da pressão arterial pode reduzir risco de demência incidente ou comprometimento cognitivo. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1367868/jama-reducao-da-pressao-arterial-pode-reduzir-risco-de-demencia-incidente-ou-comprometimento-cognitivo.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.

Complementos

1 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
2 Demência: Deterioração irreversível e crônica das funções intelectuais de uma pessoa.
3 Cognitivo: 1. Relativo ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
4 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
5 Cognitivos: 1. Relativo ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
6 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
7 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
8 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
9 Pressão arterial diastólica: É a pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco. É também denominada de pressão mínima.
10 Incidente: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
11 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
Gostou do artigo? Compartilhe!