A conectividade estrutural e funcional do cérebro muda em resposta ao treinamento de neurofeedback de curto prazo com imagens motoras
Destaques
- Estudo randomizado1, duplo-cego, Sham-controlado de neurofeedback no controle motor.
- Reforço de padrões cerebrais relacionados à execução motora usando imagens motoras2.
- Um cronograma curto (<1h) de treinamento em neurofeedback leva a alterações na substância branca.
- Efeito do neurofeedback de imagens motoras2 se estende além das redes sensório-motoras.
Descobertas recentes têm desafiado a compreensão atual de quão rápido o cérebro3 humano muda suas conexões estruturais e funcionais em resposta ao treinamento. Uma maneira poderosa de aprofundar o funcionamento interno da plasticidade do cérebro3 humano é o uso do neurofeedback (NFB) pela fMRI, uma técnica que permite a plasticidade cerebral induzida por meio da modulação da atividade cerebral em tempo real.
Neste estudo randomizado1, duplo-cego e Sham-controlado, realizado por neurocientistas do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino e da UFRJ, publicado na revista NeuroImage, foi usado NFB para treinar indivíduos saudáveis para reforçar os padrões cerebrais relacionados à execução motora durante a realização de uma tarefa de imagens motoras2, sem movimento evidente.
Após 1h de treinamento com NFB, os participantes apresentaram aumento da anisotropia fracionada (AF) no segmento sensório-motor do corpo caloso4 e aumento da conectividade funcional da rede de estado sensório-motora em repouso. O aumento da conectividade funcional também foi observado na rede de modo padrão. Esses resultados não foram observados no grupo controle, que foi treinado com realimentação simulada.
Que se saiba, esta é a primeira demonstração de mudanças na AF da substância branca seguindo um cronograma de treinamento muito curto (<1h). Os resultados sugerem que o NFB por fMRI pode ser uma ferramenta interessante para explorar aspectos dinâmicos da plasticidade cerebral e abrir novos caminhos para investigar a plasticidade cerebral em indivíduos saudáveis e em condições neurológicas.
Veja também: "Quando a perda de memória não é normal?", "Exercite seu cérebro3 todos os dias" e "Como melhorar a sua memória?".
Fonte: NeuroImage, vol. 194, em 01 de julho de 2019.