É possível acompanhar com ultrassonografias massas ovarianas com morfologia benigna, segundo estudo publicado pelo The Lancet Oncology
Os tumores ovarianos geralmente são removidos cirurgicamente devido ao risco presumido de complicações. Existem poucos estudos prospectivos de longo prazo sobre o seguimento dessas massas anexiais. O objetivo deste estudo, publicado pelo periódico The Lancet Oncology, foi estimar a incidência1 cumulativa de complicações císticas e malignidade durante os primeiros dois anos de acompanhamento após as massas anexiais terem sido classificadas como benignas pelo uso da ultrassonografia2.
Saiba mais sobre "Ultrassonografia2 transvaginal".
Neste estudo prospectivo3, de coorte4 internacional, conhecido como International Ovarian Tumor5 Analysis Phase 5 (IOTA5), pacientes com 18 anos ou mais, com pelo menos uma massa anexial6, que foram selecionadas para cirurgia ou tratamento conservador após avaliação ultrassonográfica, foram recrutadas consecutivamente de 36 centros de câncer7 em 14 países.
O acompanhamento de pacientes manejadas de maneira conservadora está em andamento no momento. Nesta análise interina de dois anos, os pesquisadores analisaram pacientes que foram selecionadas para o tratamento conservador de uma massa anexial6 julgada ser benigna em ultrassonografia2 com base na avaliação subjetiva de imagens de ultrassom. O manejo conservador incluiu ultrassonografia2 e acompanhamento clínico em intervalos de 3 meses e 6 meses e, posteriormente, a cada 12 meses. Os principais resultados desta análise interina de 2 anos foram incidência1 cumulativa de resolução espontânea da massa, torção8 ou ruptura do cisto, ou malignidade limítrofe ou invasiva, confirmada cirurgicamente em pacientes com massa anexial6 recém-diagnosticada. O IOTA5 está em andamento.
Entre 1º de janeiro de 2012 e 1º de março de 2015, 8.519 pacientes foram recrutadas para o IOTA5. 3.144 (37%) pacientes selecionadas para tratamento conservador foram elegíveis para inclusão nesta análise, das quais 221 (7%) não tinham dados de acompanhamento e 336 (11%) foram operadas antes que uma varredura de acompanhamento planejada fosse feita.
Das 2.587 (82%) pacientes com dados de acompanhamento, 668 (26%) tinham uma massa que já estava em acompanhamento no recrutamento, e 1.919 (74%) apresentaram uma nova massa no recrutamento (ou seja, ainda não em acompanhamento no centro antes do recrutamento). O acompanhamento médio de pacientes com novas massas foi de 27 meses (IQR 14-38). A incidência1 cumulativa de resolução espontânea dentro de 2 anos de acompanhamento entre aquelas com uma nova massa no recrutamento (n=1.919) foi de 20,2% (IC 95% 18,4–22,1), de encontrar malignidade invasiva na cirurgia foi 0,4% (IC 95% 0,1–0,6), 0,3% (<0,1–0,5) para um tumor5 limítrofe, 0,4% (0,1–0,7) para torção8 e 0,2% (<0,1–0,4) para ruptura do cisto.
Os resultados sugerem que o risco de malignidade e complicações agudas é baixo se massas anexiais com morfologia ultrassônica benigna são manejadas conservadoramente, o que pode ser útil quando se aconselha pacientes, e suporta o tratamento conservador de massas anexiais classificadas como benignas pelo ultrassom.
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Fonte: The Lancet Oncology, em 5 de fevereiro de 2019.