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Glicemia aumenta meses antes do diagnóstico de câncer de pâncreas e pode ajudar na descoberta precoce deste tipo de tumor

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O câncer1 de pâncreas2 é rapidamente fatal após o seu diagnóstico3, com uma sobrevida4 média de seis meses. Infelizmente, acredita-se, até o momento, que a detecção precoce não seja viável. Mas dois estudos fornecem esperança de que o câncer1 de pâncreas2 possa ser diagnosticado em um estágio anterior, ainda ressecável.

No primeiro estudo¹, os pesquisadores traçaram os níveis de açúcar5 no sangue6 de pacientes com câncer1 de pâncreas2 voltando cinco anos antes do diagnóstico3. Eles também plotaram a glicemia7 de um grupo controle de pacientes com idade e sexo pareados aos pacientes com câncer1 pancreático. Nesta análise, os pesquisadores conseguiram mostrar que o açúcar5 no sangue6 aumenta nos 30 a 36 meses que antecedem o diagnóstico3 de câncer1.

Saiba mais sobre "Câncer1 de pâncreas2" e "Comportamento da glicemia7".

Em outro grupo de pacientes e controles, os pesquisadores mapearam o açúcar5 no sangue6 de cerca de 600 pacientes com câncer1 pancreático pouco antes da remoção cirúrgica do câncer1. Os pesquisadores agruparam esses pacientes pelo volume do tumor8 no momento da remoção cirúrgica. “Neste grupo, fomos capazes de mostrar que o açúcar5 no sangue6 sobe proporcional ao aumento do volume do tumor8. Pacientes com tumores que eram muito pequenos, com menos de um centímetro cúbico de volume, tinham níveis mais baixos de açúcar5 no sangue6 do que pacientes com tumores maiores”, diz o Dr. Suresh Chari, médico gastroenterologista da Mayo Clinic.

No segundo estudo², também publicado na revista Gastroenterology, os pesquisadores da Mayo Clinic descreveram um modelo de previsão de risco que identifica pacientes com diabetes9 de início recente que estão em risco muito alto de desenvolver câncer1 de pâncreas2. Pesquisadores dizem que as descobertas são significativas porque representam uma nova maneira potencial de diagnosticar o câncer1 de pâncreas2 em um estágio anterior.

O modelo, chamado de escore ENDPAC, identifica um subgrupo de pacientes com diabetes9 de início recente que têm um risco trinta a quarenta vezes maior de ter câncer1 de pâncreas2. "Entre esses pacientes, o risco de ter câncer1 de pâncreas2 é entre quatro e sete por cento", diz o Dr. Chari. "Acreditamos que, se esses resultados forem validados, os pacientes que têm um alto nível de açúcar5 no sangue6 e uma alta pontuação no ENDPAC devem ser exaustivamente testados para o câncer1 de pâncreas2".

Leia sobre "Diabetes Mellitus10".

 

Referências

[1] Fasting Blood Glucose Levels Provide Estimate of Duration and Progression of Pancreatic Cancer1 Before Diagnosis, 2018, disponível em https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(18)30486-4/fulltext.

[2] Model to Determine Risk of Pancreatic Cancer1 in Patients with New-onset Diabetes9, 2018, disponível em https://www.gastrojournal.org/article/S0016-5085(18)34543-8/fulltext.

 

Fonte: Mayo Clinic, em 20 de junho de 2018

 

NEWS.MED.BR, 2018. Glicemia aumenta meses antes do diagnóstico de câncer de pâncreas e pode ajudar na descoberta precoce deste tipo de tumor. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1321653/glicemia-aumenta-meses-antes-do-diagnostico-de-cancer-de-pancreas-e-pode-ajudar-na-descoberta-precoce-deste-tipo-de-tumor.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
3 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
4 Sobrevida: Prolongamento da vida além de certo limite; prolongamento da existência além da morte, vida futura.
5 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
6 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
7 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
8 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
9 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
10 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
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