Laticínios integrais parecem reduzir risco de morte por doença cardiovascular, especialmente por acidente vascular cerebral em idosos: Cardiovascular Health Study
Além de não contribuir para a morte, os resultados do estudo Cardiovascular Health Study sugerem que um ácido graxo presente em laticínios integrais pode reduzir o risco de morte por doença cardiovascular, particularmente por acidente vascular cerebral1, segundo Marcia Otto, Ph.D., primeira autora e professora assistente do estudo no Departamento de Epidemiologia, Genética Humana e Ciências Ambientais da UTHealth School of Public Health.
Otto ainda ressalta que os alimentos lácteos com baixo teor de gordura2, como iogurte desnatado e leites achocolatados desnatados, geralmente contêm altas quantidades de açúcares adicionados, o que pode levar a uma saúde3 cardiovascular e metabólica deficiente.
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Há controvérsia sobre benefícios versus danos da gordura2 do leite, incluindo preocupações sobre os efeitos a longo prazo. Estudos observacionais anteriores avaliaram as estimativas de consumo autorreferidas ou uma única medida de biomarcador no início do estudo, o que pode levar a uma estimativa sub-ótima do risco real.
O objetivo deste estudo, publicado pelo The American Journal of Clinical Nutrition, foi investigar potenciais associações de medidas seriadas de fosfolipídeos plasmáticos dos ácidos graxos pentadecanoico (15:0), heptadecanoico (17:0) e ácidos trans-palmitoleicos (trans-16: 1n-7) com a mortalidade4 total, mortalidade4 por causa específica e risco de doença cardiovascular (DCV) em idosos.
Entre 2.907 adultos americanos com idade ≥65 anos e sem DCV no início do estudo, as concentrações de ácidos graxos circulantes foram medidas em série no início do estudo, 6 anos e 13 anos. Mortes e eventos cardiovasculares foram avaliados e julgados centralmente. As associações prospectivas foram avaliadas por modelos de Cox ajustados multivariados, incorporando exposições e covariáveis dependentes do tempo.
Durante 22 anos de seguimento, 2.428 mortes ocorreram, incluindo 833 de DCV, 1.595 de causas não-DCV e 1.301 eventos de DCV incidentes5. Em modelos multivariáveis, ácidos graxos circulantes pentadecanoico, heptadecanoico e ácidos trans-palmitoleicos não foram significativamente associados com a mortalidade4 total, com HRs no quintil6-extremo de 1,05 para pentadecanoico (IC 95%: 0,91 a 1,22), 1,07 para heptadecanoico (IC 95%: 0,93 a 1,23) e 1,05 para ácidos trans-palmitoleicos (IC 95%: 0,91 a 1,20).
O ácido heptadecanoico circulante foi associado à menor mortalidade4 por DCV (quintil6-extremo: 0,77; IC de 95%: 0,61 a 0,98), especialmente a mortalidade4 por acidente vascular cerebral1, com um risco 42% inferior quando se compara a quintís extremos de concentrações de ácido heptadecanoico (HR: 0,58; IC 95%: 0,35 a 0,97). Em contraste, o ácido heptadecanoico foi associado com um maior risco de mortalidade4 não-DCV (HR: 1,27; IC 95%: 1,07 a 1,52), o que não foi claramente relacionado a nenhum subtipo único de morte não-DCV. Não foram observadas associações significativas de ácidos pentadecanoico, heptadecanoico ou trans-palmitoleico com DCV incidente7 total, doença cardíaca coronária ou acidente vascular cerebral1.
A exposição a longo prazo aos ácidos graxos pentadecanoico, heptadecanoico ou trans-palmitoleico circulantes não foi significativamente associada à mortalidade4 total ou à DCV incidente7 entre idosos. Maiores concentrações de ácido heptadecanoico circulantes foram inversamente associadas à mortalidade4 por DCV e por acidente vascular cerebral1 e potencialmente associadas ao maior risco de morte não-DCV.
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Fonte: The American Journal of Clinical Nutrition, em 11 de julho de 2018