Diagnóstico e tratamento medicamentoso da hipertensão pediátrica podem não estar sendo bem conduzidos: estudo de coorte retrospectivo divulgado pelo Pediatrics
A hipertensão1 pediátrica predispõe crianças à hipertensão arterial2 e a marcadores precoces de doença cardiovascular. Nenhum estudo em grande escala examinou o diagnóstico3 e o manejo medicamentoso inicial da hipertensão1 pediátrica e da pré-hipertensão1. O objetivo deste estudo foi avaliar o diagnóstico3 e o manejo inicial da hipertensão1 e pré-hipertensão1 pediátricas na atenção primária.
Foi realizado um estudo de coorte4 retrospectivo5 agregando dados de registro de saúde6 eletrônico em mais de 1,2 milhão de pacientes pediátricos de 196 clínicas ambulatoriais em 27 estados. Dados demográficos, de diagnóstico3, pressão arterial7 (PA), altura, peso e prescrição de medicação foram extraídos. As principais medidas de desfecho incluíram a proporção de pacientes pediátricos com três ou mais visitas com PA anormal, hipertensão1 documentada e diagnósticos de pré-hipertensão1 e prescrição de medicamentos anti-hipertensivos. A padronização marginal via regressão logística produziu taxas de diagnóstico3 ajustadas.
398.079 pacientes, com idades entre 3 e 18 anos, tiveram ≥ 3 visitas com medidas da pressão arterial7 (48,9% meninas, 58,6% <10 anos). Destes, 3,3% preenchiam os critérios de hipertensão arterial2 e 10,1% de pré-hipertensão1. Entre as práticas com ≥ 50 pacientes elegíveis, 2.813 de 12.138 pacientes com hipertensão arterial2 (23,2%, intervalo de confiança de 95%, 18,2% -28,2%) e 3.990 de 38.874 pacientes pré-hipertensos (10,2%, intervalo de confiança de 95%, 8,2% -12,2 %) foram diagnosticados. A idade, peso, altura, sexo e número e magnitude das PAs anormais foram associados às taxas de diagnóstico3. Dos 2.813 pacientes diagnosticados e persistentemente hipertensos, 158 (5,6%) receberam medicação anti-hipertensiva no prazo de 12 meses após o diagnóstico3 (inibidores da enzima8 conversora da angiotensina/bloqueadores dos receptores da angiotensina [35%], diuréticos9 [22%] e betabloqueadores [10%]).
As conclusões mostram que a hipertensão arterial2 e a pré-hipertensão1 foram raramente diagnosticadas em pacientes pediátricos. Além disso, verificou-se que as diretrizes para o diagnóstico3 e o manejo inicial da PA anormal em pacientes pediátricos com medicamentos anti-hipertensivos não são rotineiramente seguidas.
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Fonte: Pediatrics, publicação online, de 22 de novembro de 2016