Exames de urina não retratam bem o estado de hidratação de idosos
A desidratação1 por perda de água (hipertônica2, hiperosmótica ou desidratação1 intracelular) ocorre devido à ingestão insuficiente de líquidos e é distinta da hipovolemia3 devido ao excesso de perda de fluidos. A desidratação1 por perda de água é associada a maus resultados de saúde4, tais como incapacidade funcional e mortalidade5 em pessoas mais velhas. A densidade urinária6, a cor e a osmolaridade7 da urina8 têm sido amplamente usadas para o rastreamento da desidratação1 em idosos.
Com o objetivo de avaliar a precisão do diagnóstico9 de medidas urinárias para a triagem da desidratação1 por perda de água, em idosos, foi realizado um estudo publicado no periódico The American Journal of Clinical Nutrition.
Este foi um estudo de precisão do diagnóstico9 de pessoas com 65 anos ou mais, participantes dos estudos DRIE (Dehydration Recognition In our Elders) e NU-AGE (Dietary Strategies for Healthy Ageing in Europe). Os padrões de referência foram osmolaridade7 sérica, densidade urinária6, cor da urina8, osmolaridade7 da urina8, turbidez urinária, capacidade de fornecer uma amostra de urina8 e o volume de uma amostra aleatória de urina8. A acurácia diagnóstica mínima foi fixada em sensibilidade e especificidade ≥ a 70%.
Os participantes do estudo DRIE (mulheres: 67%; média de idade: 86 anos; n=162) apresentaram habilidades cognitivas e funcionais mais limitadas do que os participantes do estudo NU-AGE (mulheres: 64%; média de idade: 70 anos; n=151). 19% dos participantes do DRIE e 22% dos participantes do NU-AGE estavam desidratados (osmolaridade7 sérica > 300 mosmol/kg). Nem a densidade, nem quaisquer outros testes urinários potenciais foram úteis para o diagnóstico9 da desidratação1 por perda de água.
As conclusões do presente estudo mostram que, embora a densidade urinária6, a cor da urina8 e a osmolaridade7 urinária venham sendo amplamente usadas para o rastreamento da desidratação1 em idosos, a precisão de diagnóstico9 é muito baixa para considerá-las uteis. Estas medidas não devem ser utilizadas para indicar o estado de hidratação de pessoas idosas (quer de maneira isolada, quer como parte de uma fração mais ampla de exames). Há uma necessidade de desenvolver ferramentas simples, de baixo custo e não invasivas para a avaliação da desidratação1 em idosos.
Fonte: The American Journal of Clinical Nutrition, em 25 de maio de 2016