Adolescentes e adultos jovens europeus com câncer têm sobrevivência menor do que crianças em oito tipos de câncer comuns nesta faixa etária: dados do EUROCARE-5
Os dados do estudo EUROCARE-5 têm mostrado consistentemente menor sobrevida1 para adolescentes e adultos jovens (entre 15 e 24 anos) do que para crianças (0 a 14 anos) na maioria dos cânceres que afetam ambos os grupos, além de melhorias modestas na sobrevivência2 até 2000-2002. No entanto, adolescentes e adultos jovens (AAJs) têm maior sobrevida1 do que os adultos para a maioria dos tumores malignos.
Pesquisadores da Fondazione IRCCS Istituto Nazionale Tumori, em Milão, na Itália, usaram a mais recente definição de AAJs (idade entre 15 e 39 anos) e forneceram estimativas de sobrevivência2 relativa de 5 anos para AAJs europeus com câncer3 diagnosticado entre 2000 e 2007, em comparação com crianças e adultos (entre 40 e 69 anos) com câncer3, e avaliaram as melhorias na sobrevivência2 ao longo do tempo.
Foram analisados dados de registros de câncer3, de base populacional, de 27 países europeus que participaram do EUROCARE-5. Utilizou-se o método de chamada completa para estimar, em cinco anos, a sobrevivência2 relativa ponderada da população para 19 cânceres que afetam AAJs e crianças e para os 27 cânceres que afetam AAJs e adultos. Foram avaliadas as diferenças na sobrevivência2 relativa de crianças versus AAJs e de AAJs versus adultos, utilizando o teste Z. A abordagem por período estimou a sobrevida1 relativa de 5 anos, ao longo do tempo, para crianças e AAJs e um modelo linear generalizado modelou tendências de tempo de sobrevivência2 (1999-2007) e avaliou a significância das mudanças ao longo do tempo.
Foram estudados 56.505 diagnósticos de câncer3 em crianças, 312.483 em AAJs e 3.567.383 em adultos. Para todos os cânceres combinados, a sobrevivência2 melhorou ao longo do tempo para AAJs (de 79% em 1999-2002 para 82% em 2005-2007; p<0,0001) e para as crianças (de 76% para 79%; p<0,0001). A sobrevivência2 melhorou significativamente em crianças e AAJs para a leucemia4 linfoide5 aguda (p<0,0001) e linfoma6 não-Hodgkin (p<0,0001 em AAJs e p=0,023 em crianças). A sobrevivência2 melhorou significativamente em AAJs apenas para os tumores do sistema nervoso central7 (p=0,0046), astrocitomas (p=0,040) e melanomas malignos (p<0,0001). A sobrevivência2 permaneceu significativamente pior em AAJs, quando comparados a crianças, para oito tumores importantes: leucemias linfoides8 agudas, leucemias mieloides agudas, linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin, astrocitomas, sarcomas de Ewing, rabdomiossarcomas9 (p<0,0001 em todos os casos) e osteossarcomas (p=0,011).
Não obstante os bons resultados para alguns tipos de câncer3 e para a combinação de tumores, foi demonstrado uma pior sobrevida1 para AAJs do que para crianças em oito tipos importantes de câncer3. São necessárias novas iniciativas para melhorar os resultados e reduzir a diferença de sobrevivência2 entre crianças e AAJs com câncer3.
Conheça as taxas de sobrevivência2 de cinco anos para AAJs e crianças:
- Leucemias linfoides8 agudas: 56% em AAJs e 85,8% em crianças.
- Leucemias mieloides agudas: 50% em AAJs e 61% em crianças.
- Linfomas Hodgkin: 93% em AAJs e 95% em crianças.
- Linfomas não-Hodgkin: 77% em AAJs e 83% em crianças.
- Astrocitomas (um câncer3 cerebral): 46% em AAJs e 62% em crianças.
- Sarcomas de Ewing (câncer3 ósseo): 49% em AAJs e 67% em crianças.
- Rabdomiossarcomas9 (tumores de partes moles): 38% em AAJs e 67% em crianças.
- Osteossarcomas (câncer3 nos ossos): 62% em AAJs e 67% em crianças.
Fonte: The Lancet Oncology, publicação online, em 26 de maio de 2016