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Novo analgésico sem risco de dependência é aprovado pela FDA, o primeiro não opioide em décadas

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A FDA aprovou os comprimidos orais de suzetrigina (Journavx) 50 mg, um analgésico1 não opioide, o primeiro de sua classe, para tratar dores agudas moderadas a intensas em adultos.

“Essa aprovação é um marco importante na saúde2 pública no tratamento da dor aguda”, disse Jacqueline Corrigan-Curay, médica, diretora interina do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA. “Uma nova classe terapêutica3 de analgésicos4 não opioides para dor aguda oferece uma oportunidade de mitigar5 certos riscos associados ao uso de um opioide para dor e fornbunionectomia o que é?

ece aos pacientes outra opção de tratamento.”

A dor é um problema médico comum e seu alívio é um objetivo terapêutico importante. A dor aguda é uma dor de curto prazo que normalmente ocorre em resposta a alguma forma de lesão6 tecidual, como trauma ou cirurgia. A dor aguda é frequentemente tratada com analgésicos4 que podem ou não conter opioides.

A suzetrigina, um bloqueador dos canais de sódio, representa a primeira nova classe de medicamentos aprovada para tratar a dor aguda em mais de 20 anos, afirmou a farmacêutica Vertex7 Pharmaceuticals.

A FDA apoia há muito tempo o desenvolvimento de tratamentos não opioides para a dor. A aprovação da agência para a suzetrigina reforça a confiança na estratégia da indústria farmacêutica para atingir os canais de sódio.

O medicamento é altamente seletivo para NaV1.8, um canal de sódio dependente de voltagem, expresso seletivamente em neurônios8 periféricos sensíveis à dor. Ao contrário dos opioides, a suzetrigina bloqueia os sinais9 de dor encontrados apenas na periferia, não no cérebro10, e é considerada não viciante.

Saiba mais sobre "Diferenças entre anestesia11, analgesia e sedação12", "Considerações sobre a clínica da dor" e "A dor como relatada pelos pacientes".

A decisão da FDA foi apoiada por dois ensaios clínicos13 de fase III, um com pacientes submetidos a abdominoplastia14 e o outro com pessoas submetidas a bunionectomia, que demonstraram eficácia modesta. Os ensaios clínicos13 randomizaram pessoas com dor aguda moderada a grave após a cirurgia para receber suzetrigina, bitartarato de hidrocodona/paracetamol ou placebo15.

Ambos os ensaios clínicos13 atingiram o desfecho primário da soma ponderada pelo tempo da diferença na intensidade da dor, na escala numérica de classificação da dor, na marca de 48 horas, versus placebo15. A diferença média dos mínimos quadrados após abdominoplastia14 foi de 48,4 (P <0,0001); após bunionectomia, foi de 29,3 (P = 0,0002).

A suzetrigina proporcionou alívio da dor mais rápido do que o placebo15 em ambos os estudos (mediana de 119 minutos no estudo de abdominoplastia14 e 240 minutos no estudo de bunionectomia vs. 480 minutos para o placebo15 em ambos os estudos; P <0,0001 e P = 0,0016, respectivamente). Os resultados indicaram que a suzetrigina não foi melhor do que a hidrocodona/paracetamol para o alívio da dor aguda.

O perfil de segurança do medicamento baseou-se principalmente em dados de estudos combinados com 874 pacientes submetidos a abdominoplastia14 e bunionectomia, além de dados de segurança de suporte de um estudo aberto de braço único com 256 participantes com dor aguda moderada a intensa em uma variedade de condições de dor aguda.

Os eventos adversos mais comuns nos estudos foram coceira, espasmos16 musculares, aumento dos níveis de creatina fosfoquinase e erupção17 cutânea18. O medicamento é contraindicado para uso concomitante com inibidores potentes do CYP3A. Pacientes que tomam o medicamento também devem evitar alimentos ou bebidas que contenham toranja.

Antes de tomar suzetrigina, os pacientes devem informar seu médico sobre todas as suas condições médicas, incluindo se estão grávidas ou amamentando, disse a Vertex7. Pessoas com insuficiência hepática19 podem ter um risco aumentado de efeitos colaterais20. Alguns medicamentos, incluindo alguns anticoncepcionais hormonais, podem ser menos eficazes durante o uso de suzetrigina.

A Vertex7 está estudando a suzetrigina para a dor ciática; em um estudo de fase II, o medicamento demonstrou uma mudança estatisticamente significativa na dor da radiculopatia lombossacral em relação ao valor basal, semelhante à redução no braço placebo15. Um estudo de fase III para neuropatia periférica21 diabética dolorosa também está em andamento.

 

Fontes:
FDA, comunicado publicado em 30 de janeiro de 2025.
MedPage Today, notícia publicada em 31 de janeiro de 2025.

 

NEWS.MED.BR, 2025. Novo analgésico sem risco de dependência é aprovado pela FDA, o primeiro não opioide em décadas. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/novos-medicamentos/1490155/novo-analgesico-sem-risco-de-dependencia-e-aprovado-pela-fda-o-primeiro-nao-opioide-em-decadas.htm>. Acesso em: 22 mai. 2025.

Complementos

1 Analgésico: Medicamento usado para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
4 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
5 Mitigar: Tornar mais brando, mais suave, menos intenso (geralmente referindo-se à dor ou ao sofrimento); aliviar, suavizar, aplacar.
6 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
7 Vértex: O ponto mais alto (de algo); ápice, vértice.
8 Neurônios: Unidades celulares básicas do tecido nervoso. Cada neurônio é formado por corpo, axônio e dendritos. Sua função é receber, conduzir e transmitir impulsos no SISTEMA NERVOSO. Sinônimos: Células Nervosas
9 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
10 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
11 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
12 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
13 Ensaios clínicos: Há três fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2 concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os tratamentos padrões disponíveis.
14 Abdominoplastia: Cirurgia plástica ou estética que remodela o abdome, retirando o excesso de tecido (pele e gordura) que se acumula abaixo do umbigo e ajustando a musculatura abdominal frouxa.
15 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
16 Espasmos: 1. Contrações involuntárias, não ritmadas, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosas ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
17 Erupção: 1. Ato, processo ou efeito de irromper. 2. Aumento rápido do brilho de uma estrela ou de pequena região da atmosfera solar. 3. Aparecimento de lesões de natureza inflamatória ou infecciosa, geralmente múltiplas, na pele e mucosas, provocadas por vírus, bactérias, intoxicações, etc. 4. Emissão de materiais magmáticos por um vulcão (lava, cinzas etc.).
18 Cutânea: Que diz respeito à pele, à cútis.
19 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
20 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
21 Neuropatia periférica: Dano causado aos nervos que afetam os pés, as pernas e as mãos. A neuropatia causa dor, falta de sensibilidade ou formigamentos no local.

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