Melhorias na função cognitiva após treinamento de resistência progressiva com ganho de força em idosos com comprometimento cognitivo leve
O estudo Study of Mental and Resistance Training foi realizado para determinar se as melhorias na capacidade aeróbica (VO2max) e os ganhos de força após treinamento de resistência progressiva (TRP) mediam melhorias na função cognitiva1 de idosos.
O estudo randomizado2, duplo-cego, controlado por placebo3, contou com a participação de idosos (com idade ≥55 anos), com comprometimento cognitivo4 leve (CCL) (n=100), que receberam TRP e treinamento cognitivo4 (TC), de 2 a 3 dias por semana, durante 6 meses.
As medições aferidas foram a subescala Alzheimer5's Disease Assessment Scale–cognitive (ADAS-Cog), domínios global, executivo e de memória, pico de força (uma repetição máxima) e pico VO2.
TRP aumentou a força da parte superior do corpo (Diferença de média padronizada (DMP) = 0.69, IC 95%=0,47; 0,91), da parte inferior (DMP = 0.94, IC 95%=0,69-1,20) e do corpo como um todo (DMP = 0,84, IC 95%=0,62-1,05) e também aumentou a variação percentual no pico de VO2 (8.0%, IC 95%=2.2-13.8) significativamente mais do que o exercício simulado.
Escores mais elevados de força, mas não picos maiores de VO2, foram significativamente associados com melhorias na cognição6 (P<0,05). Maior força na parte inferior do corpo mediou significativamente o efeito do TRP nas melhorias na subscala ADAS-Cog (efeito indireto: β=-0,64, IC 95%= -1,38 para -0,004; efeito direto: β= -0.37, IC 95%= -1,51-0,78) e do domínio global (efeito indireto: β= 0,12, IC 95%= 0,02-0,22; efeito direto: β= -0.003, IC 95%= -0,17-0,16), mas não para o domínio executivo (efeito indireto: β= 0,11, IC 95%= -0,04-0,26; efeito direto: β= 0,03, IC 95%= -0,17-0,23).
TRP de alta intensidade resulta em melhorias significativas na função cognitiva1, força muscular e capacidade aeróbica em idosos com comprometimento cognitivo4 leve. Ganhos de força, mas não alterações na capacidade aeróbica, mediam os benefícios cognitivos7 do TRP. Investigações futuras são necessárias para determinar os mecanismos fisiológicos que ligam os ganhos de força aos benefícios cognitivos7.
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Fonte: Journal of the American Geriatrics Society, publicação online, de 24 de outubro de 2016