Parar de fumar abruptamente é melhor do que parar gradualmente, segundo estudo divulgado pelo Annals of Internal Medicine
A maioria das diretrizes sobre cessação do tabagismo aconselha parar de fumar abruptamente. No entanto, muitos optam pela cessação gradual. O objetivo do presente trabalho foi analisar o sucesso de parar de fumar de forma gradual em comparação com o abandono abrupto do cigarro. Trata-se de um estudo randomizado1 e controlado, realizado em clínicas de cuidados primários na Inglaterra.
Participaram 697 fumantes adultos com o vício do tabaco. Os participantes ou pararam de fumar abruptamente ou reduziram gradualmente o fumo em 75% nas duas semanas antes de abandonarem o vício. Os dois grupos tinham uma data marcada para parar de fumar. Ambos os grupos receberam apoio comportamental de enfermeiros e utilizaram reposição de nicotina antes e depois do dia em que pararam de fumar.
O desfecho primário foi a prolongada abstinência validada em quatro semanas após o dia de parar de fumar. O desfecho secundário foi a prolongada abstinência validada em seis meses após o dia de parar de fumar.
Em quatro semanas, 39,2% (IC 95% de 34,0% a 44,4%) dos participantes no grupo cessação-gradual estavam abstinentes em comparação com 49% (IC 95% de 43,8% a 54,2%) no grupo cessação-abrupta. Aos seis meses, 15,5% dos participantes do grupo cessação-gradual estavam abstinentes em comparação com 22% no grupo cessação-abrupta.
Os participantes que preferiram a cessação gradual foram significativamente menos prováveis de serem abstinentes em 4 semanas do que aqueles que preferiram a interrupção abrupta (38,3% vs 52,2%, P=0,007).
O estudo teve algumas limitações, mas concluiu-se que parar de fumar abruptamente é mais susceptível de conduzir à abstinência duradoura do que a cessação gradual, mesmo para os fumantes que inicialmente preferem parar de forma gradual.
Fonte: Annals of Internal Medicine, publicação online de 15 de março de 2016