Médicos devem fazer do aconselhamento sobre a prática de atividade física regular uma prioridade na Prática Clínica
Evidências clínicas indicam que a atividade física regular é uma das mais poderosas práticas de promoção da saúde1 que os médicos e outros profissionais de saúde1 podem recomendar para seus pacientes. Durante décadas, a investigação científica tem mostrado que a atividade física regular protege contra as principais doenças crônicas, incluindo hipertensão arterial2, diabetes3 tipo 2, obesidade4, doenças cardíacas, derrame5, declínio cognitivo6, alguns tipos de câncer7 e até mesmo depressão. Existe um amplo consenso de que a atividade física abranje vários benefícios para a saúde1.
A American Heart Association destaca que a falta de atividade física representa uma das principais causas de morte em todo o mundo. O papel dos profissionais de saúde1 para motivar a mudança de comportamento é fundamental. A falta de orientação sobre atividade física em ambientes clínicos representa uma oportunidade perdida para melhorar a saúde1 e o bem-estar dos pacientes e isto tem um custo mínimo.
Algumas das razões para que os clínicos deixem de oferecer orientação sobre atividade física incluem limitações de tempo, falta de ferramentas e ceticismo sobre se tal aconselhamento realmente funciona. Isto pode ser um desafio dadas todas as prioridades concorrentes, mas pode ser feito. Envolver a equipe clínica no processo e fornecer a cada membro da equipe responsabilidades específicas pode ajudar nas conversas e estratégias de mudança de comportamento.
Os pesquisadores sugerem que durante o exame físico, depois da verificação do peso corporal, pressão arterial8 e da frequência cardíaca, a enfermeira ou o médico assistente perguntem rotineiramente ao paciente: "Você faz exercício físico regularmente?" Se sim, um membro da equipe pode pedir detalhes, tomar nota e registrar no prontuário do paciente as respostas, além de reconhecer a importância dos esforços do paciente. Se a resposta for não, os pacientes podem ser perguntados se gostariam de começar a ser mais ativos e, em caso afirmativo, quais atividades eles acham que são razoáveis e como eles podem dar início a elas. Os pacientes devem ser encorajados a começar o quanto antes.
O clínico pode fazer uma prescrição de exercício afirmando que o paciente concordou em iniciar esta prática. Os pacientes poderão ser convidados a acompanhar as suas atividades e trazer seus registros de atividade em uma próxima visita. É importante marcar uma consulta de seguimento e não se esquecer de perguntar aos pacientes sobre os seus registros de atividade física na próxima consulta. Isso mostra que o paciente e o médico estão envolvidos. Para muitos adultos, a auto-monitorização regular promove a auto-eficácia e a manutenção da mudança de comportamento. A mensagem sobre a importância das atividades regulares deve ser reforçada a cada visita de acompanhamento. Mesmo pequenas mudanças na prática de exercícios e níveis de atividade física pode levar a melhorias substanciais na saúde1 cardiometabólica.
Para os pacientes que precisam de educação e apoio adicional, os clínicos podem considerar encaminhamentos para especialistas.
Aproveitando a tecnologia móvel, os médicos podem também recomendar pedômetros ou outros dispositivos de medição portáteis, recursos disponíveis como formulários e lembretes de auto-monitoramento e oferecer aos pacientes uma lista de aplicativos e sites selecionados para incentivar as atividades físicas.
Os médicos e outros profissionais de saúde1 são confiáveis fontes de informação e podem ajudar os pacientes a estabelecer prioridades para melhorar a sua saúde1. Orientação sobre atividade física proporciona uma oportunidade extremamente importante para melhorar a saúde1 e o bem-estar dos pacientes.
Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), publicação online, de 10 de dezembro de 2015