Mais peixe e menos carne podem colaborar para menor atrofia cerebral em idosos
Com o objetivo de determinar se a maior adesão a uma dieta do tipo mediterrâneo (MeDi) está relacionada ao maior volume cerebral ou espessura cortical medido por ressonância nuclear magnética (RNM) foi realizado um trabalho publicado pelo periódico Neurology.
Neste estudo transversal, a ressonância magnética1 de alta resolução foi realizada em 674 idosos (idade média de 80,1 anos) sem demência2 que participaram de uma coorte3 multiétnica de base comunitária. Informações dietéticas foram coletadas através de um questionário de frequência alimentar. O volume total do cérebro4 (TBV), volume total de massa cinzenta (TGMV), volume total de substância branca (TWMV), média de espessura cortical (MCT) e volume regional ou espessura cortical foram derivados de ressonância magnética1 usando o programa FreeSurfer. Foi examinada a associação da MeDi (pontuada como 0 a 9) e de grupos alimentares individuais com o volume e espessura cerebrais usando modelos de regressão ajustados para idade, sexo, etnia, educação, índice de massa corporal5, diabetes6 e cognição7.
Em comparação com uma menor adesão à MeDi (0-4), a aderência mais elevada (5-9) foi associada com 13,11 (p=0,007), 5,00 (p=0,05) e 6,41 (p=0,05) mililitros maiores de TBV, TGMV e TWMV, respectivamente. A maior ingestão de peixes (b=7,06; p=0,006) e menor de carne (b=8,42; p=0,002) estiveram associadas com maior TGMV. O menor consumo de carne também foi associado ao maior TBV (b=12,20; p=0,02).
Entre os idosos estudados, a maior adesão à MeDi foi associada à menor atrofia8 do cérebro4, com efeito semelhante ao de cinco anos de envelhecimento. A maior ingestão de peixes e a menor ingestão de carne podem ser os dois elementos-chave da alimentação que contribuem para os benefícios da MeDi na estrutura do cérebro4.
Fonte: Neurology, publicação online, de 21 de outubro de 2015