Adultos jovens com doença cardíaca congênita apresentam maior risco para acidente vascular cerebral isquêmico
Um trabalho sobre o risco de acidente vascular cerebral1 (AVC) isquêmico2 em 20.024 adultos jovens com cardiopatia congênita3 foi apresentado na reunião anual da European Society of Cardiology de 2015, em Londres. O risco de desenvolver AVC isquêmico2 é significativamente maior entre estes pacientes do que na população geral. No entanto, em termos absolutos, o risco é baixo.
Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, pesquisaram dados de pacientes adultos vivos que nasceram entre janeiro de 1970 e dezembro 1993, com diagnóstico4 de cardiopatia congênita3 e que não tinham histórico de acidente vascular cerebral1 antes dos 18 anos. Dez controles para cada paciente (n=200.240) pareados por idade, sexo e município, foram selecionados aleatoriamente da população geral.
Após a análise dos dados, os pesquisadores descobriram que entre 20.024 adultos jovens com doença cardíaca congênita3 (51,9% homens, 48,1% mulheres, com idade média no momento do diagnóstico4 de cinco anos), 89 (0,4%) desenvolveram acidente vascular cerebral1 isquêmico2. O risco de desenvolver AVC isquêmico2 foi de 7,8 vezes maior em adultos jovens com doença cardíaca congênita3 (P<0,001) em comparação com os controles.
Segundo a classificação Marelli, o primeiro grupo de pacientes com doença cardíaca congênita3 (ou seja, aqueles com transposição dos grandes vasos, tetralogia de Fallot, defeito do septo atrioventricular, síndrome5 de hipoplasia6 do coração7 esquerdo, ventrículo com entrada dupla e tronco arterial8 comum) apresentou o maior risco para AVC isquêmico2, (hazard ratio [HR] 10,0; P<0,001) em comparação aos controles. No entanto, mesmo os pacientes com malformações9 congênitas10 menos complexas, como no segundo grupo de Marelli, ou seja, aqueles com defeitos septais, persistência do canal arterial11, coarctação da aorta12 e anomalia de Ebstein, tiveram um risco 7,5 vezes maior de AVC isquêmico2 (p<0,001) do que os controles.
Fonte: European Society of Cardiology, em 31 de agosto de 2015