Atalho: 62WW8I2
Gostou do artigo? Compartilhe!

Prevenção do câncer: INCa francês desaconselha o consumo de uma taça de vinho diária e limita a ingestão de carnes vermelhas a 500 gramas por semana

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

Estudo publicado em 17 de fevereiro de 2009 pelo Instituto Nacional do Câncer1 (INCa) francês sobre o impacto da nutrição2 no desenvolvimento de tumores sintetiza os trabalhos internacionais mais recentes sobre o assunto. Segundo Dominique Maraninchi, presidente do INCa francês, "as pequenas e repetidas doses são as mais nocivas".

Na França, o consumo de álcool é a segunda causa evitável de morte por câncer1: 10,8% dos falecimentos por patologias cancerígenas entre homens e 4,5% entre mulheres. Fica atrás apenas do tabaco.

As recomendações do INCa francês são:

  • Não consumir álcool. Não é possível estabelecer uma dose que não traga prejuízos à saúde3.
  • Consumir, no máximo, 500 gramas de carnes vermelhas por semana para prevenir tumores de cólon4 e de reto5. Complementar o consumo de proteínas6 com carnes brancas, ovos, leguminosas e peixes.
  • Consumir no máximo 5 gramas de sal por dia, já que o sal está relacionado ao câncer1 de estômago7.
  • O ideal é a ingestão de cinco porções ou no mínimo 400 gramas diárias de frutas e legumes ricos em fibras, antioxidantes e vitamina8 B9 (ácido fólico).
  • O aleitamento materno9 exclusivo até o sexto mês de vida beneficia tanto a mãe quanto o filho.
  • Manter um peso corporal saudável (IMC10 entre 18,5 a 25 kg/m²). O índice de massa corporal11 (IMC10) é calculado pelo peso (em kilogramas) dividido pelo quadrado da altura (em metros).
  • Eliminar o sedentarismo12. Praticar atividades físicas pelo menos 5 vezes na semana (intensidade moderada) ou 3 vezes na semana (forte intensidade). Um aumento de 5 pontos no IMC10 aumenta o risco de câncer1 de mama13 em 8% e de câncer1 de esôfago14 em 55%.
  • O betacaroteno tem propriedades antioxidantes. As necessidades nutricionais são facilmente preenchidas com uma alimentação variada e equilibrada. Já o excesso de betacaroteno aumenta significativamente o risco de câncer1 de pulmão15 nos fumantes.

Os estudiosos alertam que o câncer1 é uma doença multifatorial, envolvendo fatores nutricionais, genéticos e ambientais e que não há um "alimento milagroso" que proteja totalmente o indivíduo contra esta patologia16.

Fontes:

Institut National du Cancer1

Le Monde

NEWS.MED.BR, 2009. Prevenção do câncer: INCa francês desaconselha o consumo de uma taça de vinho diária e limita a ingestão de carnes vermelhas a 500 gramas por semana. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/saude/29598/prevencao-do-cancer-inca-frances-desaconselha-o-consumo-de-uma-taca-de-vinho-diaria-e-limita-a-ingestao-de-carnes-vermelhas-a-500-gramas-por-semana.htm>. Acesso em: 26 abr. 2024.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
3 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
4 Cólon:
5 Reto: Segmento distal do INTESTINO GROSSO, entre o COLO SIGMÓIDE e o CANAL ANAL.
6 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
7 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
8 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
9 Aleitamento Materno: Compreende todas as formas do lactente receber leite humano ou materno e o movimento social para a promoção, proteção e apoio à esta cultura. Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
10 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
11 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
12 Sedentarismo: Qualidade de quem ou do que é sedentário, ou de quem tem vida e/ou hábitos sedentários. Sedentário é aquele que se exercita pouco, que não se movimenta muito.
13 Mama: Em humanos, uma das regiões pareadas na porção anterior do TÓRAX. As mamas consistem das GLÂNDULAS MAMÁRIAS, PELE, MÚSCULOS, TECIDO ADIPOSO e os TECIDOS CONJUNTIVOS.
14 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
15 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
16 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Complementos

26/02/2009 - Complemento feito por Paulo
Hábitos Alimentares e cancer segundo INCA Br
Hábitos Alimentares e cancer segundo INCA Br

Muitos componentes da alimentação têm sido associados com o processo de desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, cólon (intestino grosso) reto, próstata, esôfago e estômago.

Alimentação de Risco
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, lingüiças, mortadelas, dentre outros.

Existem também os alimentos que contêm níveis significativos de agentes cancerígenos. Por exemplo, os nitritos e nitratos usados para conservar alguns tipos de alimentos, como picles, salsichas e outros embutidos e alguns tipos de enlatados, se transformam em nitrosaminas no estômago. As nitrosaminas, que têm ação carcinogênica potente, são responsáveis pelos altos índices de câncer de estômago observados em populações que consomem alimentos com estas características de forma abundante e freqüente.
Já os defumados e churrascos são impregnados pelo alcatrão proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado na fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica conhecida.
Os alimentos preservados em sal, como carne-de-sol, charque e peixes salgados, também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago em regiões onde é comum o consumo desses alimentos.

O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de câncer. Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa a temperaturas muito elevadas, podem ser criados compostos que aumentam o risco de câncer de estômago e coloretal. Por isso, métodos de cozimento que usam baixas temperaturas são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, pochê, ensopado, guisado, cozido ou assado.

Estudos demonstram que uma alimentação pobre em fibras, com altos teores de gorduras e altos níveis calóricos (hambúrguer, batata frita, bacon etc.), está relacionada a um maior risco para o desenvolvimento de câncer de cólon e de reto, possivelmente porque, sem a ingestão de fibras, o ritmo intestinal desacelera, favorecendo uma exposição mais demorada da mucosa aos agentes cancerígenos encontrados no conteúdo intestinal. Em relação a cânceres de mama e próstata, a ingestão de gordura pode alterar os níveis de hormônio no sangue, aumentando o risco da doença.

Há vários estudos epidemiológicos que sugerem a associação de dieta rica em gordura, principalmente a saturada, com um maior risco de se desenvolver esses tipos de câncer em regiões desenvolvidas, principalmente em países do Ocidente, onde o consumo de alimentos ricos em gordura é alto. Já os cânceres de estômago e de esôfago ocorrem mais freqüentemente em alguns países do Oriente e em regiões pobres onde não há meios adequados de conservação dos alimentos (geladeira), o que torna comum o uso de picles, defumados e alimentos preservados em sal.

mais sobre esse texto em

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=18

Atenção especial deve ser dada aos grãos e cereais. Se armazenados em locais inadequados e úmidos, esses alimentos podem ser contaminados pelo fungo Aspergillus flavus, o qual produz a aflatoxina, substância cancerígena. Essa toxina está relacionada ao desenvolvimento de câncer de fígado.


ver a continuação desse texto em:

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=18

  • Entrar
  • Receber conteúdos