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Organização Mundial da Saúde revisa as diretrizes para o tratamento farmacológico da hipertensão em adultos

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Novas diretrizes para o controle da pressão arterial1 divulgadas pela Organização Mundial da Saúde2 (OMS) recomendam 130 mmHg como o limite máximo para o início de medicamentos para qualquer pessoa com fatores de risco ou histórico de doença cardiovascular e 140/90 mmHg para outras pessoas.

As orientações sobre quando iniciar o tratamento, quais medicamentos usar e a frequência de acompanhamento médico-paciente também recomendam que adultos com hipertensão3 iniciem preferencialmente com uma combinação de dois medicamentos em vez de um único.

O Dr. Taskeen Khan, do Departamento de Doenças Não Transmissíveis da OMS, que liderou o desenvolvimento da diretriz, disse: “A nova diretriz global sobre o tratamento da hipertensão3, a primeira em 20 anos, fornece a orientação baseada em evidências mais atual e relevante sobre o início de medicamentos para hipertensão3 em adultos.”

Mais pessoas morrem a cada ano de doenças cardiovasculares4 do que de qualquer outra causa. Mais de três quartos das doenças cardíacas e mortes relacionadas ao derrame5 ocorrem em países de baixa e média renda. Hipertensão3 – ou pressão arterial1 elevada – é uma condição médica séria que aumenta significativamente o risco de doenças cardíacas, cerebrais, renais e outras.

A hipertensão3 pode ser definida por meio de níveis específicos de pressão arterial sistólica6 e diastólica ou relato do uso de medicamentos anti-hipertensivos. Estima-se que 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo têm pressão alta, mas apenas 14% a têm sob controle. No entanto, existem opções de tratamento com boa relação custo-benefício.

Saiba mais sobre "Hipertensão arterial7", "Mecanismos de ação dos anti-hipertensivos" e "O que vem a ser pressão arterial1".

Nesta diretriz, a Organização Mundial da Saúde2 (OMS) fornece as orientações de saúde2 pública global mais atuais e relevantes baseadas em evidências sobre o início do tratamento com agentes farmacológicos para hipertensão3 em adultos. As recomendações são direcionadas a pacientes adultos, não grávidas, no caso de pacientes mulheres, que foram apropriadamente diagnosticados com hipertensão3 e aconselhados sobre modificações no estilo de vida.

A diretriz traz novas recomendações sobre o limite para o início do tratamento farmacológico para hipertensão3, bem como recomendações sobre intervalos de acompanhamento, pressão arterial1 alvo a ser atingida para controle e quadro de profissionais de saúde2 que podem iniciar o tratamento.

A diretriz fornece a base para decidir sobre iniciar o tratamento com monoterapia, terapia dupla ou combinações de pílula única, bem como orientação para países selecionarem medicamentos e algoritmos para controle da hipertensão3 para suas diretrizes nacionais para o manejo da hipertensão3.

A diretriz foi desenvolvida de acordo com o Manual da OMS para o Desenvolvimento de Diretrizes. Em resumo, o Grupo de Coordenação da OMS, em colaboração com o Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes (GDD), desenvolveu questões-chave e classificou os resultados para identificar aqueles críticos para o desenvolvimento da diretriz.

Os conflitos de interesse foram tratados de acordo com a política atual de Conformidade, Gestão de Riscos e Ética (CRE) e todos os membros do GDD foram solicitados a preencher os formulários padrão de Declaração de Interesse (DDI) da OMS, que foram revisados.

Uma visão8 geral das revisões sistemáticas das evidências foi usada para construir o resumo das tabelas de resultados de acordo com a abordagem de Classificação de Recomendações, Avaliação, Desenvolvimento e Análises (GRADE). O Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes desenvolveu recomendações, considerando a certeza das evidências; o equilíbrio entre efeitos desejáveis ​​e indesejáveis; requisitos de recursos e relação custo-benefício; equidade em saúde2; aceitabilidade, valores e preferências do paciente e viabilidade.

Recomendações

1. RECOMENDAÇÃO SOBRE LIMITE DE PRESSÃO SANGUÍNEA PARA INICIAÇÃO DE TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

» A OMS recomenda o início do tratamento anti-hipertensivo farmacológico de indivíduos com diagnóstico9 confirmado de hipertensão3 e pressão arterial sistólica6 ≥140 mmHg ou pressão arterial diastólica10 ≥90 mmHg.

Recomendação forte, evidência de certeza moderada a alta

» A OMS recomenda o tratamento anti-hipertensivo farmacológico de indivíduos com doença cardiovascular existente e pressão arterial sistólica6 de 130–139 mmHg.

Recomendação forte, evidência de certeza moderada a alta

» A OMS sugere tratamento anti-hipertensivo farmacológico de indivíduos sem doença cardiovascular, mas com alto risco cardiovascular, diabetes mellitus11 ou doença renal12 crônica e pressão arterial sistólica6 de 130–139 mmHg.

Recomendação condicional, evidência de certeza moderada a alta

 

2. RECOMENDAÇÃO DE TESTE DE LABORATÓRIO

» Ao iniciar a terapia farmacológica para hipertensão3, a OMS sugere a obtenção de testes para triagem de comorbidades13 e hipertensão3 secundária, mas apenas quando o teste não atrasar ou impedir o início do tratamento.

Recomendação condicional, evidência de baixa certeza

 

3. RECOMENDAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DE RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR

» A OMS sugere a avaliação do risco de doença cardiovascular durante ou após o início do tratamento farmacológico para hipertensão3, mas apenas quando isso for viável e não atrasar o tratamento.

Recomendação condicional, evidência de baixa certeza

 

4. RECOMENDAÇÃO SOBRE CLASSES DE MEDICAMENTOS A SEREM USADAS COMO AGENTES DE PRIMEIRA LINHA

» Para adultos com hipertensão3 que requerem tratamento farmacológico, a OMS recomenda o uso de medicamentos de qualquer uma das seguintes três classes de medicamentos anti-hipertensivos farmacológicos como tratamento inicial:

1. agentes tiazídicos e semelhantes aos tiazídicos

2. inibidores da enzima14 de conversão da angiotensina (iECAs) / bloqueadores do receptor da angiotensina (BRAs)

3. bloqueadores dos canais de cálcio (BCCs) diidropiridínicos de longa ação.

Recomendação forte, evidência de alta certeza

 

5. RECOMENDAÇÃO SOBRE TERAPIA DE COMBINAÇÃO

» Para adultos com hipertensão3 que requerem tratamento farmacológico, a OMS sugere a terapia combinada15, de preferência com uma combinação de um único comprimido (para melhorar a adesão e persistência), como tratamento inicial. Os medicamentos anti-hipertensivos usados ​​na terapia combinada15 devem ser escolhidos entre as três classes de medicamentos a seguir: diuréticos16 (tiazídicos ou semelhantes aos tiazídicos), inibidores da enzima14 de conversão da angiotensina (iECAs) / bloqueadores do receptor da angiotensina (BRAs) e bloqueadores do canal de cálcio (CCBs) diidropiridínicos de longa duração.

Recomendação condicional, evidência de certeza moderada

 

6. RECOMENDAÇÕES PARA A PRESSÃO ARTERIAL1 ALVO

» A OMS recomenda como meta do tratamento uma pressão arterial1 alvo de <140/90 mmHg em todos os pacientes com hipertensão3 sem comorbidades13.

Recomendação forte, evidência de certeza moderada

» A OMS recomenda como meta do tratamento uma pressão arterial sistólica6 alvo de <130 mmHg em pacientes com hipertensão3 e doença cardiovascular (DCV) conhecida.

Recomendação forte, evidência de certeza moderada

» A OMS sugere como meta do tratamento uma pressão arterial sistólica6 alvo de <130 mmHg em pacientes de alto risco com hipertensão3 (aqueles com alto risco de DCV, diabetes mellitus11, doença renal12 crônica).

Recomendação condicional, evidência de certeza moderada

 

7. RECOMENDAÇÕES SOBRE FREQUÊNCIA DE AVALIAÇÃO

» A OMS sugere um acompanhamento mensal após o início ou uma mudança nos medicamentos anti-hipertensivos até que os pacientes atinjam a meta.

Recomendação condicional, evidência de baixa certeza

» A OMS sugere um acompanhamento a cada 3-6 meses para os pacientes cuja pressão arterial1 está sob controle.

Recomendação condicional, evidência de baixa certeza

 

8. RECOMENDAÇÃO SOBRE TRATAMENTO POR PROFISSIONAIS NÃO MÉDICOS

» A OMS sugere que o tratamento farmacológico da hipertensão3 pode ser fornecido por profissionais não médicos, como farmacêuticos e enfermeiras, desde que as seguintes condições sejam atendidas: treinamento adequado, autoridade de prescrição, protocolos de manejo específicos e supervisão do médico.

Recomendação condicional, evidência de baixa certeza

Leia sobre "Doenças cardiovasculares4", "Sintomas17 da hipertensão arterial7" e "Sete passos para um coração18 saudável".

 

Diretriz completa: Guideline for the pharmacological treatment of hypertension in adults

Fonte: World Health Organization, publicação em 25 de agosto de 2021.

 

NEWS.MED.BR, 2021. Organização Mundial da Saúde revisa as diretrizes para o tratamento farmacológico da hipertensão em adultos. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/saude/1400230/organizacao-mundial-da-saude-revisa-as-diretrizes-para-o-tratamento-farmacologico-da-hipertensao-em-adultos.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.

Complementos

1 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
4 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
5 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
6 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
7 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
8 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
9 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
10 Pressão arterial diastólica: É a pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco. É também denominada de pressão mínima.
11 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
12 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
13 Comorbidades: Coexistência de transtornos ou doenças.
14 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
15 Terapia combinada: Uso de medicações diferentes ao mesmo tempo (agentes hipoglicemiantes orais ou um agente hipoglicemiante oral e insulina, por exemplo) para administrar os níveis de glicose sangüínea em pessoas com diabetes tipo 2.
16 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
17 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
18 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
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