Uma comparação da prevalência da demência nos Estados Unidos em 2000 e 2012
O envelhecimento da população dos EUA deve levar a um grande aumento no número de adultos com demência1, mas alguns estudos recentes neste e em outros países de renda alta sugerem que o risco de demência1 específico por idade pode ter diminuído ao longo dos últimos 25 anos. Esclarecer as atuais e futuras tendências populacionais na prevalência2 e risco de demência1 tem implicações importantes para pacientes3, famílias e programas governamentais.
Este estudo, com publicação online pelo periódico JAMA Internal Medicine, teve o objetivo de comparar a prevalência2 de demência1 nos Estados Unidos em 2000 e 2012. Utilizou-se dados do Health and Retirement Study (HRS), um levantamento longitudinal, nacionalmente representativo, de indivíduos estadunidenses com 65 anos ou mais do ano 2000 (n=10.546) e 2012 (n=10.511).
A demência1 foi identificada, em cada ano, utilizando medidas cognitivas do HRS e métodos validados para classificar os auto respondentes, bem como os representados por um proxy. A regressão logística foi utilizada para identificar variáveis socioeconômicas e de saúde4 associadas à mudança na prevalência2 de demência1 entre 2000 e 2012.
As coortes de estudo tiveram uma idade média de 75 anos (IC 95%, 74,8-75,2 anos) em 2000 e 74,8 anos (IC 95%, 74,5-75,1 anos) em 2012 (p=0,24); 58,4% (IC 95%, 57,3%-59,4%) da coorte5 de 2000 foi do sexo feminino comparado com 56,3% (IC 95%, 55,5%-57,0%) da coorte5 de 2012 (p<0,001).
A prevalência2 de demência1 entre indivíduos com 65 anos ou mais diminuiu de 11,6% (IC 95%, 10,7% -12,7%) em 2000 para 8,8% (IC 95%, 8,2%-9,4%) (8,6% com padronização de idade e sexo) em 2012 (P<0,001). A média de anos de escolaridade aumentou significativamente (de 11,8 anos [IC 95%, 11,6-11,9 anos] para 12,7 anos [IC 95%, 12,6-12,9 anos], (p<0,001)) entre 2000 e 2012. O declínio na prevalência2 de demência1 ocorreu mesmo quando houve um aumento significativo entre estes anos, ajustado por idade e sexo, no perfil de risco cardiovascular (por exemplo, prevalência2 de hipertensão6, diabetes7 e obesidade8) entre idosos dos EUA.
A prevalência2 de demência1 nos Estados Unidos diminuiu significativamente entre 2000 e 2012. Um aumento no nível de escolaridade foi associado a parte deste declínio na prevalência2 de demência1, mas o conjunto completo de fatores sociais, comportamentais e médicos que podem ter ajudado nesta queda de prevalência2 ainda é incerto. A monitorização contínua das tendências da incidência9 e da prevalência2 da demência1 será importante para avaliar melhor o impacto social futuro da demência1 à medida que o número de adultos mais velhos aumentar nas próximas décadas.
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Fonte: JAMA Internal Medicine, publicação online, de 21 de novembro de 2016