IARC identifica oito locais de câncer adicionais ligados ao excesso de peso e obesidade
Nova avaliação efetuada por um grupo de 21 peritos internacionais independentes, convocados pela Agência Internacional de Investigação do Câncer1 (IARC), concluiu que o excesso de peso e a obesidade2 são fatores de risco para mais locais de câncer1 do que previamente estabelecido. Com base em uma revisão sistemática da literatura científica publicada, o Grupo de Trabalho forneceu a última avaliação dos efeitos da ação preventiva de ausência de excesso de gordura3 corporal. Um resumo dos resultados foi publicado hoje no The New England Journal of Medicine.
O grupo avaliou mais de 1000 estudos, incluindo ensaios de intervenção, estudos de coorte4 e caso-controle, estudos em animais experimentais e estudos sobre os mecanismos que ligam o excesso de gordura3 corporal e câncer1.
"Esta avaliação abrangente reforça os benefícios de manter um peso corporal saudável, a fim de reduzir o risco de vários tipos de câncer1", diz a Dra. Béatrice Lauby-Secretan, principal autora do novo artigo.
Os peritos confirmaram a avaliação prévia dos IARC Handbooks (Volume 6, publicado em 2002) de que a ausência de excesso de gordura3 corporal reduz o risco de câncer1 de cólon5 e reto6, esôfago7 (adenocarcinoma8), rim9 (carcinoma10 de células11 renais), de mama12 em mulheres na pós-menopausa13 e no endométrio14 (útero15).
Além disso, a revisão da literatura disponível para adultos de meia-idade mostrou que há provas suficientes em humanos de que a ausência de excesso de gordura3 corporal reduz o risco de câncer1 gástrico da cárdia, fígado16, vesícula17, pâncreas18, ovário19 e tireoide20, meningioma (um tipo de tumor21 cerebral) e mieloma22 múltiplo.
Existe também evidência limitada de que a ausência do excesso de gordura3 corporal reduz o risco de câncer1 da próstata23, câncer1 de mama12 em homens e linfoma24 difuso de grandes células11 B.
Saiba mais sobre alguns tipos de câncer1: "Câncer1 colorretal", "Câncer1 de esôfago7", "Câncer1 renal25", "Câncer1 de Mama12", "Câncer1 de Endométrio14", "Câncer1 de estômago26", "Câncer1 de fígado16", "Câncer1 de Pâncreas18", "Câncer1 de Ovário19", "Nódulos da tireoide27", "Tumores cerebrais", "Mieloma22 múltiplo", "Câncer1 de próstata23" e "Linfoma24.
O Grupo de Trabalho também analisou dados relativos à gordura3 corporal em crianças, adolescentes e adultos jovens (com idade até 25 anos) para avaliar se a obesidade2 em períodos anteriores da vida está ligada ao câncer1 na vida adulta. Em vários locais de câncer1, incluindo o cólon5 e o fígado16, foram observadas associações entre excesso de peso e cânceres que foram semelhantes aos relatados em adultos.
Está bem estabelecido que o excesso de peso em animais experimentais aumenta a incidência28 de vários tipos de câncer1. Estudos em animais com excesso de peso mostraram que a restrição calórica na dieta reduz o risco de cânceres da glândula29 mamária, cólon5, fígado16, pâncreas18, pele30 e glândula29 pituitária.
Veja também "Prevenção e identificação do câncer1 de mama12" e "Câncer1 de pele30: o que é?".
A gordura3 corporal é avaliada principalmente pelo índice de massa corporal31 (IMC32), definido como o peso de uma pessoa em quilos dividido pelo quadrado da sua altura em metros (kg/m²). Em adultos, o sobrepeso33 é definido como IMC32 ≥ 25 kg/m² e obesidade2 como IMC32 ≥ 30 kg/m². Em todo o mundo, estima-se que 640 milhões de adultos eram obesos em 2014 (um aumento de seis vezes desde 1975) e 110 milhões de crianças e adolescentes eram obesos em 2013 (um aumento de duas vezes desde 1980). A prevalência34 estimada de obesidade2 em 2014 por idade-padrão foi de 10,8% nos homens, 14,9% em mulheres e 5% em crianças, e globalmente mais pessoas estão com sobrepeso33 ou obesas do que estão abaixo do peso.
Em 2013, um número estimado de 4,5 milhões de mortes no mundo foi atribuído ao sobrepeso33 e à obesidade2. A identificação de novos locais de câncer1 relacionados à obesidade2 irá aumentar o número de mortes em todo o mundo atribuível à obesidade2.
Leia os artigos sobre "Obesidade2" e "Índice de massa corporal31".
"A nova evidência enfatiza o quanto é importante encontrar formas eficazes, a nível individual e social, de implementar as recomendações da Organização Mundial de Saúde35 para melhorar os padrões dietético e de atividade física ao longo da vida, uma vez que o câncer1 e outras doenças não transmissíveis podem ser combatidas ", segundo o Dr. Christopher Wild, diretor da IARC.
Estas avaliações serão publicadas como IARC Handbooks of Cancer1 Prevention Volume 16.
Outros artigos relacionados: "O que é uma alimentação saudável?", "Quatro atitudes para perder peso", "O que fazer para prevenir o câncer1?" e "Atividade física. Um hábito adquirido com prazer".
Fonte: The New England Journal of Medicine, de 25 de agosto de 2016