Anvisa cria rede para prevenir resistência a antibióticos
A resistência microbiana aos antibióticos vem aumentando rapidamente em todo o mundo e, em particular, no ambiente hospitalar. Para mudar esse quadro, a Anvisa, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde1 (Opas) e com a Coordenação-Geral de Laboratórios em Saúde1 Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde1 (CGLAB/SVS/MS), está implantando a Rede de Monitoramento e Controle da Resistência Microbiana em Serviços de Saúde1 (Rede RM).
O uso indiscriminado e equivocado de antibióticos facilita o surgimento de bactérias e outros microrganismos cada vez mais resistentes, reduzindo a eficácia dos medicamentos. Internações mais longas, o uso de antibióticos mais caros e mais tóxicos são algumas das conseqüências do uso inadequado dessas drogas, o que, além de dificultar e encarecer os tratamentos, pode até impossibilitar sua eficácia.
Para combater e controlar essa resistência, é preciso mapear o perfil de sensibilidade dos organismos que atingem hospitais e população, ou seja, analisar o efeito do medicamento sobre esses microrganismos. No Brasil, os dados microbiológicos2 estudados e publicados até o momento são incipientes. A formação da Rede RM objetiva preencher essa lacuna. A princípio, irá englobar os hospitais-sentinela (hospitais de alta complexidade) e os Laboratórios Centrais de Saúde1 Pública (Lacen) - a rede piloto, com ações integradas e sistematizadas, método padronizado, controle de qualidade, análise e divulgação de dados.
Outra novidade do projeto é a adoção da padronização internacional dos exames microbiológicos2 pelos critérios do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), antigo NCCLS. A Anvisa comprou os direitos autorais, na Língua3 Portuguesa, do manual do CLSI e suas atualizações, por cinco anos. Esse manual de padronização do instituto norte-americano é dividido em cinco módulos e mensura a sensibilidade de agentes (bactérias e microrganismos em geral) a diversos antimicrobianos. O acesso gratuito ao manual diminui o custo laboratorial e possibilita resultados muito mais precisos, pois padroniza as técnicas de pesquisa e análise. Os profissionais interessados poderão ter acesso ao CLSI, em português, na página oficial da agência na internet.
Fonte: Ministério da Saúde1