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Corticoide sistêmico não traz benefício clínico na rinossinusite aguda, em estudo publicado pelo CMAJ

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Foi realizado um ensaio clínico randomizado1, publicado pelo Canadian Medical Association Journal (CMAJ), para avaliar a eficácia da monoterapia com corticoide sistêmico2 na rinossinusite aguda não complicada clinicamente diagnosticada. Embora os corticosteroides sejam cada vez mais utilizados para controle dos sintomas3 desta condição, as evidências do seu uso são inconclusivas.

Realizou-se um estudo randomizado4, duplo-cego, placebo5-controlado em 54 clínicas médicas de cuidados primários, na Holanda, entre 30 de dezembro de 2008 e 28 de abril de 2011. Pacientes adultos com diagnóstico6 clínico de rinossinusite aguda foram divididos aleatoriamente para receber ou prednisolona 30 mg/dia ou placebo5 durante sete dias e convidados a preencher um diário de sintomas3 por 14 dias. O desfecho primário foi a proporção de pacientes com resolução da dor facial ou da pressão facial no sétimo dia do tratamento.

Os resultados mostraram que 174 pacientes (88 no grupo de tratamento, 86 no grupo de placebo5) foram incluídos na análise. A proporção de pacientes com resolução da dor facial ou da pressão facial no sétimo dia do tratamento foi de 62,5% (55/88) no grupo que usou a prednisolona e 55,8% (48/86) no grupo que recebeu placebo5. Os grupos foram semelhantes no que diz respeito à diminuição, ao longo do tempo, da proporção de pacientes com sintomas3 totais (sintomas3 combinados de coriza7 nasal, gotejamento pós-nasal, congestão nasal, tosse e dor facial) e da qualidade de vida em relação à saúde8. Os eventos adversos foram leves e não diferiram significativamente entre os grupos.

Concluiu-se que a monoterapia com corticosteroide sistêmico2 não teve efeitos benéficos clinicamente relevantes em pacientes com diagnóstico6 clínico de rinossinusite aguda.

Fonte: Canadian Medical Association Journal, publicação online de 7 de agosto de 2012

NEWS.MED.BR, 2012. Corticoide sistêmico não traz benefício clínico na rinossinusite aguda, em estudo publicado pelo CMAJ. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/pharma-news/312665/corticoide-sistemico-nao-traz-beneficio-clinico-na-rinossinusite-aguda-em-estudo-publicado-pelo-cmaj.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.

Complementos

1 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
2 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Estudo randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle - o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
5 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
6 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
7 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
8 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
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