Prescrição para crianças obesas: infelizmente a maioria dos pediatras pode estar prescrevendo a dose incorreta
A maioria dos pediatras não conhece o cálculo1 que deve ser feito para encontrar o peso corporal ideal (PCI) a ser usado na prescrição de doses corretas de medicações para crianças obesas, segundo relatório em publicação online da revista Archives of Disease in Childhood.
Saiba mais sobre a "Obesidade2".
Usar o peso corporal total (PCT) para calcular doses de medicamentos que tenham uma margem terapêutica3 estreita pode potencialmente resultar em dosagens incorretas para crianças obesas, de modo que o PCI é o recomendado para calcular a dose correta. O método mais utilizado para o cálculo1 do PCI é o método McLaren.
Após incidente4 de toxicidade5 com medicação em uma criança obesa, para quem foi administrada uma dose muito grande de aminofilina, a Dra. Helen Collier do Good Hope Hospital, West Midlands, e colegas fizeram um questionário direcionado a médicos pediatras para determinar o nível de compreensão sobre a prescrição de doses corretas de medicamentos para crianças obesas.
Na primeira parte do estudo, nenhum dos 15 pediatras locais acertou as respostas para as questões de dosagem de drogas, nenhum calculou o índice de massa corporal6 (IMC7) da criança ou o seu PCI. Todas as respostas para cada pergunta resultaram em uma dose mais elevada do que a dose da resposta correta, que foi calculada usando o PCI da criança, o que significa que todas as respostas dadas teriam representado uma overdose.
Leia também os artigos "Meu filho está fora do peso ideal" e "Cálculo1 do IMC7".
Na segunda parte do estudo, apenas três dos 111 pediatras regionais que responderam ao questionário online haviam calculado o IMC7 e determinado se a criança era obesa para a sua idade ao prescrever medicamentos. Destes prescritores, 35% deu atenção especial ao peso no cálculo1 das doses de medicações para crianças obesas e 16% estavam familiarizados com os termos PCT, PCI, peso corporal ajustado e peso corporal magro. Mas apenas 9% sabiam como calcular o peso corporal ideal usando o método McLaren.
Os resultados do estudo sugerem que a maioria dos prescritores pediátricos não verifica se uma criança é obesa ao calcular doses de medicações. Há pouca compreensão sobre o conceito de PCI e os pediatras não estão familiarizados com a forma de calculá-lo, sugerindo que a subdosagem ou a superdosagem em crianças obesas é, portanto, mais provável de acontecer do que se imagina.
Fonte: Archives of Disease in Childhood, publicação online, de 26 de julho de 2016