Tratamento a longo prazo e com altas doses de inibidores da bomba de prótons está associado ao risco aumentado de fraturas ósseas, segundo artigo publicado no JAMA
Para determinar a associação entre uso de inibidores de bomba de prótons e risco de fraturas de ossos da bacia, foi realizado um estudo na Universidade da Pensivânia. Publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association) deste mês, o estudo mostrou que este medicamento interfere na absorção de cálcio, por induzir à hipocloridria, e também reduz a reabsorção óssea, aumentando o risco de fraturas em ossos da bacia.
Cientistas norte-americanos examinaram prontuários médicos de 145 mil pessoas com mais de 50 anos e confirmaram resultados de estudos anteriores sobre efeitos danosos do uso prolongado e em doses altas de inibidores da bomba de prótons. O estudo mostrou que este medicamento pode inibir a absorção de cálcio pelo organismo e, conseqüentemente, causar enfraquecimento progressivo dos ossos.
Os pesquisadores descobriram que, estatisticamente, a chance de uma dessas pessoas ter uma fratura1 de bacia era 44% maior se fazia uso de um inibidor de bomba de prótons por mais de um ano. Quanto mais longo o tempo de consumo do medicamento, maior a probabilidade de fraturas. Milhões de pessoas fazem uso deste tipo de medicamento para controle da acidez no estômago2. Entre os mais usados está o omeprazol.
Apesar da abrangência da pesquisa e da coincidência dos seus resultados com os de outros estudos anteriores, ainda é recomendado cautela sobre o assunto. O cientista Ken McColl, professor de gastroenterologia da Universidade de Glasgow, na Escócia, diz que o trabalho da equipe da Universidade da Pensilvânia não prova uma relação de causa e efeito entre o uso dos antiácidos3 e o enfraquecimento dos ossos e acredita na possibilidade de distorções na conclusão da pesquisa.
Fonte: JAMA