Combinação tripla de medicamentos anti-hipertensivos versus cuidados usuais para o controle da pressão arterial em pacientes com hipertensão leve a moderada
A hipertensão1 mal controlada é um problema de saúde2 pública que exige novas estratégias de tratamento.
O uso de uma pílula contendo baixas doses de três medicamentos anti-hipertensivos proporciona melhor controle da pressão arterial3 em comparação ao tratamento usual entre pacientes com hipertensão1 leve ou moderada? Neste ensaio clínico randomizado4 com 700 pacientes com hipertensão arterial5, que não foram tratados ou receberam monoterapia, 70% dos pacientes no grupo de terapia com a pílula com tripla combinação alcançou uma pressão arterial sistólica6/diastólica de menos de 140/90 mmHg (ou <130/80 mmHg em doentes com diabetes7 ou doença renal8 crônica) aos 6 meses de acompanhamento, em comparação com 55% dos doentes no grupo de cuidados habituais para o controle da hipertensão1 leve e moderada (uma diferença significativa).
Saiba mais sobre "Hipertensão arterial5", "Sintomas9 da hipertensão arterial5", "Diabetes mellitus10" e "Insuficiência renal11".
O ensaio clínico randomizado4 de uma terapia de baixa dose com combinação tripla de medicamentos anti-hipertensivos versus tratamento usual para adultos com hipertensão arterial5 (PA sistólica >140 mmHg e/ou PA diastólica >90 mmHg; ou em pacientes com diabetes7 ou doença renal8 crônica: PA sistólica > 130 mmHg e/ou PA diastólica > 80 mmHg) requerendo tratamento inicial (doentes não tratados) ou escalonamento (doentes em monoterapia) de terapêutica12 anti-hipertensiva foi realizado para avaliar os resultados da nova pílula. Os pacientes incluídos eram de 11 clínicas hospitalares urbanas no Sri Lanka, de fevereiro de 2016 a maio de 2017, e o acompanhamento terminou em outubro de 2017.
As intervenções basearam-se no uso de uma pílula combinada de dose fixa diária única (20 mg de telmisartan, 2,5 mg de amlodipina e 12,5 mg de clortalidona) (n=349) ou tratamento usual (n=351) para hipertensão arterial5. O desfecho primário foi a proporção de atingir a PA sistólica/diastólica alvo (< 140/90 mmHg ou < 130/80 mmHg em pacientes com diabetes7 ou doença renal8 crônica) aos 6 meses de acompanhamento. Os desfechos secundários incluíram a diferença média da PA sistólica/diastólica durante o acompanhamento e a suspensão dos medicamentos da PA devido a um evento adverso.
Os resultados mostraram que entre 700 pacientes randomizados (idade média de 56 anos, 58% mulheres, 29% tinham diabetes mellitus10, média da pressão sistólica13 basal/diastólica, 154/90 mmHg), 675 (96%) completaram o estudo. A pílula tripla combinada aumentou a proporção de atingir a meta de pressão arterial3 versus o tratamento usual aos 6 meses (70% vs 55%, respectivamente; diferença de risco 12,7% [IC 95% de 3,2% a 22,0%]; P<0,001).
A PA sistólica/diastólica média aos 6 meses foi de 125/76 mmHg para a pílula de combinação tripla versus 134/81 mmHg para o tratamento usual (diferença ajustada na pós-aleatorização da PA durante todo o período de acompanhamento: PA sistólica, −9,8 [IC 95%, −7,9 a −11,6] mmHg; PA diastólica, −5,0 [IC 95%, −3,9 a -6,1] mmHg; P<0,001 para ambas as comparações).
Ao todo, 419 eventos adversos foram relatados em 255 pacientes (38,1% para pílula de combinação tripla versus 34,8% para o tratamento usual) sendo os mais comuns dor musculoesquelética (6,0% e 8,0%, respectivamente) e tontura14, pré-síncope15 ou síncope15 (5,2% e 2,8%). Não houve diferenças significativas entre os grupos na proporção de pacientes que abandonaram a terapia de redução da pressão arterial3 devido a eventos adversos (6,6% para pílula de combinação tripla versus 6,8% para o tratamento usual).
Concluiu-se que entre os pacientes com hipertensão arterial5 leve a moderada, o tratamento com uma pílula contendo baixas doses de três drogas anti-hipertensivas levou a uma proporção maior de pacientes atingindo sua meta de controle da PA versus uso de cuidados habituais. O uso de tal medicação como terapia inicial ou para substituir a monoterapia pode ser uma maneira eficaz de melhorar o controle da PA.
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Fonte: JAMA Network, em 14 de agosto de 2018