Tiazolidionas (pioglitazona e rosiglitazona) podem dobrar o risco de fraturas em mulheres com diabetes mellitus tipo 2
O uso a longo prazo dos medicamentos da classe das glitazonas - pioglitazona (Actos, da Abbot) e rosiglitazona (Avandia, da GlaxoSmithKline) - pode dobrar o risco de fraturas ósseas em mulheres com diabetes tipo 21, de acordo com um estudo publicado no Canadian Medical Association Journal este mês.
Os cientistas já sabiam que as duas tiazolidionas estavam associadas ao risco de fraturas, mas a magnitude do risco não tinha sido avaliada.
O presente estudo mostra que esses agentes dobram o risco de fraturas em mulheres com diabetes mellitus2 tipo 2, as quais já apresentam aumento do mesmo antes de iniciar uma terapia com estes medicamentos, segundo Sonal Singh da Escola de Medicina da Universidade Wake Forest na Carolina do Norte.
O estudo envolveu a revisão de dez triagens clínicas prévias com a participação de 14 mil pacientes. Os pesquisadores concluíram que, para cada 20 mulheres diabéticas com idade de 70 anos, em uso de tiazolidionas por pelo menos um ano, uma delas têm a chance de ter uma fratura3. Entre mulheres mais jovens, próximas à idade de 56 anos, o uso dessas medicações está ligado a uma fratura3 para cada 55 mulheres envolvidas. Isto mais do que dobra o risco de fratura3 nessas faixas etárias.
As tiazolidionas (pioglitazona e rosiglitazona) já estão associadas a efeitos colaterais4 cardiovasculares. Ambas aumentam o risco de insuficiência cardíaca5 e têm alertas em suas bulas sobre estes efeitos. A rosiglitazona também está relacionada a infarto do miocárdio6 e sua venda caiu desde maio de 2007.
Esta correlação entre tiazolidionas e fraturas não foi observada em homens. A causa subjacente nos efeitos sexo-específicos ainda não está clara, mas os cientistas sugerem que essas medicações podem causar o problema substituindo células da medula óssea7 por células8 de gordura9.
Fonte: Canadian Medical Association Journal de 10 de dezembro de 2008