Truvada, medicamento para profilaxia pré-exposição ao HIV, será incorporado no SUS
O Ministério da Saúde1 vai ofertar no Sistema Único de Saúde1 (SUS) o antirretroviral Truvada para reduzir o risco da infecção2 pelo HIV3 antes da exposição ao vírus4. A Profilaxia Pré-Exposição5 (PrEP) passará a ser distribuída no SUS em até 180 dias após a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT).
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A incorporação do Truvada (tenofovir associado à entricitabina) foi recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) e anunciada pelo ministro da Saúde1, Ricardo Barros, na Assembleia Mundial de Saúde1, em Genebra (Suíça). Com a nova medida, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde1 pública.
A Organização Mundial de Saúde1 (OMS) recomenda, desde 2012, a oferta de PrEP para casais soro6 diferentes, gays, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e pessoas transgêneros (travestis e transexuais), consideradas populações-chave7. A PrEP já é utilizada em outros países, tanto na rede privada quanto no sistema público de saúde1.
No Brasil, para receber a PrEP será necessária uma avaliação da vulnerabilidade do paciente, de acordo com comportamento sexual e outros contextos de vida. Essa análise deverá ser feita por profissionais de saúde1, com base em "uma série de critérios, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros”, destacou a diretora do Departamento de IST, AIDS e Hepatites8 Virais do Ministério da Saúde1, Adele Benzaken.
A PrEP é de uso contínuo, ou seja, o usuário precisa tomar o comprimido diariamente para ficar protegido do HIV3, sendo que a proteção se inicia a partir do 7º dia para exposição por relação anal e a partir do 20º dia para exposição por relação vaginal. É importante destacar que a PrEP só será indicada após testagem do paciente para HIV3, uma vez que ela é contraindicada para pessoas já infectadas pelo vírus4, já que pode causar resistência ao tratamento. Por essa razão, as pessoas que já vivem com o vírus4 não serão submetidas à profilaxia, e sim encaminhadas para tratamento imediato.
A prevenção será ofertada nos serviços do SUS que já trabalham com prevenção do HIV3. Inicialmente, será implementada em 12 cidades e, ao longo do ano, será estendida para todo o país. São elas: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Manaus, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde1, 827 mil pessoas vivem com HIV3/AIDS no país atualmente. Desse total, 372 ainda não estão em tratamento, sendo que 260 já sabem que estão infectadas e 112 mil pessoas não sabem que têm o vírus4.
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Fonte: Portal da Saúde1 SUS - Ministério da Saúde1